Folha de S. Paulo


Viracopos faz 'puxadinho' de terra para desafogar acesso ao aeroporto

A concessionária que administra Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), criou um "puxadinho viário" para diminuir os congestionamentos no acesso ao aeroporto.

Atualmente o único caminho é feito por uma mesma avenida, de pista simples e mão dupla, cuja duplicação está emperrada devido à falta da licença ambiental.

A solução para desafogar esse acesso foi abrir o portão de um terreno e permitir a passagem de veículos por uma pista de terra cercada de mato de todos os lados.

Ao utilizar esse acesso, o motorista percorre uma distância cerca de 800 metros maior que a rota principal.

Mesmo assim, diversos motoristas preferem utilizar o acesso alternativo, que fica aberto durante a semana das 6h30 às 9h, devido ao excesso de trânsito pela manhã.

Hoje a população flutuante do complexo aeroportuário chega a quase 50 mil pessoas por dia (incluindo passageiros, funcionários de Viracopos e empresas que atuam no local e tripulação). Além desse efetivo, cerca de 7.000 operários estão trabalhando nas obras do novo terminal.

Só o número de passageiros cresceu mais de 750% entre 2008 e o ano passado, quando atingiu 9,3 milhões.

Uma das maiores cidades do país e a terceira maior do Estado, Campinas já sofre com o trânsito de veículos nas estradas da região, que se transformaram em espécies de grandes avenidas do município.

COPA DO MUNDO

Sem a licença para a ampliação da via atual, é possível que o "puxadinho viário" ainda esteja em funcionamento durante a Copa.

É obrigação da concessionária que administra Viracopos entregar as adequações ao sistema viário junto com o novo terminal de passageiros, a ser aberto em maio.

A previsão é que o movimento cresça 40% durante o Mundial, e a concessionária tem menos de três meses para conseguir a licença ambiental e executar a obra.

O novo terminal deve ser inaugurado em maio com o impacto da chegada da seleção portuguesa a Campinas, incluindo o craque Cristiano Ronaldo.

OUTRO LADO

Procurada, a concessionária Aeroportos Brasil informou, em nota, que está trabalhando para resolver as pendências que travam a licença ambiental e que o acesso alternativo foi a solução encontrada para amenizar o excesso de trânsito. A nota diz ainda que as obras de duplicação da via de acesso "estão dentro do cronograma".

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), responsável pela licença, informou que aguarda informações solicitadas à concessionária e ao Condepacc (conselho de preservação do patrimônio) para liberar as obras.


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