Folha de S. Paulo


Após contaminação, Búzios quer plano contra acidentes ambientais

Búzios terá um plano de contingência para acidentes ambientais. A decisão foi tomada nesta segunda (24), após reunião entre o secretário estadual do Ambiente, Índio da Costa, o prefeito de Búzios, André Granado (PSC), e a presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Isaura Fraga, na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, no Rio.

"Quero oferecer um serviço de qualidade, mas também rápido na ação para identificar a origem do problema e dar uma solução eficaz", disse Índio da Costa.

Na semana passada, crianças e adultos sofreram com irritação nos olhos e na pele, dificuldade para respirar e até sangramentos no nariz depois de tomarem banho de mar na praia da Tartaruga, uma das mais visitadas de Búzios, na Região dos Lagos, litoral sudeste do Estado do Rio.

Uma substância ainda não identificada contaminou a praia, e 34 pessoas foram atendidas no Hospital Municipal Dr. Rodolpho Perissé, em Búzios. A contaminação afetou aqueles que foram à praia da tarde de quinta-feira ao final da manhã de sexta.

Dos afetados, cinco que apresentaram sintomas de conjuntivite mais profunda foram encaminhados para uma unidade hospitalar de Araruama, município próximo, para serem atendidas por especialistas na área. Todos tiveram alta médica.

Segundo técnicos da secretaria, uma substância laranja e de aparência oleosa foi encontrada em uma das pedras da praia. Ela teria as mesmas característica de um produto usado para a limpeza de banheiros químicos e poderia ter vazado de navios de cruzeiro que estiveram atracados na praia.

Desde quinta técnicos ambientais tentam identificar o que causou a contaminação. Foram coletadas amostras da água para análise e a praia continua interditada. O laudo, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Búzios, deverá ficar pronto até quarta-feira.

"Vamos aguardar o resultado para que se houver culpado seja punido", afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Muniz. "Não é alga e nem esgoto. Pelas características físicas e químicas, além dos sintomas das vítimas, minha suspeita é que a contaminação tenha sido provocada por substância agressiva utilizada em banheiros químicos", disse Muniz.

Também ficou definida a implantação imediata de um processo de fiscalização permanente nos navios ancorados nas praias de Búzios.

Por meio de nota, a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos repeliu as acusações que recaem sobre o setor.

"As companhias armadoras cuidam de todas as preocupações concernentes à saúde pública: todos os navios possuem sistemas complexos de tratamento de água, descarte e reciclagem de lixo, tratamento de efluentes, segurança ambiental, além de sistemas eficazes de controle alimentar e certificações que atestam sua alta qualidade", informou a entidade.


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