Folha de S. Paulo


Ato contra Copa em SP termina em confronto, vandalismo e 230 detidos

Um protesto contra a realização da Copa do Mundo terminou com cenas de vandalismo e confronto entre policiais militares e manifestantes, no centro de São Paulo.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 230 suspeitos de terem cometido atos de vandalismo foram detidos e levados ao 2º (Bom Retiro), 3º (Santa Ifigênia), 4º (Consolação) e 78º (Jardins) DPs. Por volta da 0h, alguns manifestantes já começavam a ser liberados.

O ato saiu da praça da República com cerca de mil pessoas, segundo a PM, e percorreu diversas ruas do centro de São Paulo.

Por volta das 18h40, antes de começarem as depredações dos adeptos da tática "black bloc", um grupo de cerca de 150 manifestantes foi isolado por PMs com escudos.

Eles foram obrigados a se agachar na rua e chegaram a ser agredidos com golpes de escudos.

O repórter da Folha Reynaldo Turollo Jr. estava neste grupo e também foi alvo dos policiais. Ele levou um gravata de um PM, foi arrastado para fora do cerco e jogado ao chão depois que se identificou como jornalista e começou a filmar com um celular.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) lamentou a agressão sofrida pelo repórter da Folha.

De dentro do cerco, manifestantes escolhidos pelos policiais eram levados, um a um, para averiguação. Segundo um dos PMs, foram achados um coquetel molotov e bolas de gude em uma das mochilas.

Jornalistas de outros veículos também foram agredidos. Um repórter fotográfico de um site disse que seu equipamento foi danificado por um policial.

Este foi o primeiro protesto que contou com a participação da "tropa do braço" da Polícia Militar –grupo com conhecimento de artes marciais que vai ao protesto sem armas de fogo com a função de separar da multidão pessoas suspeitas.

'BLACK BLOCS'

Ao cercar as pessoas que vinham imediatamente atrás de onde estava a maioria dos mascarados, a PM deixou os "black blocs" isolados à frente. Pouco depois começaram as depredações, nas ruas Sete de Abril e Xavier de Toledo. A polícia respondeu aos atos de vandalismo com bombas de gás lacrimogêneo.

Durante todo o ato, pessoas gritavam palavras de ordem contra a realização do mundial. "Não vai ter Copa. Não vai ter Copa", gritavam.

Ao menos dois manifestantes e cinco policiais se feriram, segundo a PM.


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