Folha de S. Paulo


Especialistas questionam defesa de jovens que acenderam rojão

Especialistas e advogados ouvidos pela Folha dizem que as estratégias adotadas pelo advogado Jonas Tadeu Nunes, 54, na defesa de manifestantes no Rio são questionáveis e indicam problemas em sua atuação no caso.

O defensor representa tanto Fábio Raposo quanto Caio Silva de Souza, presos sob acusação de ter deflagrado o explosivo que atingiu e matou um cinegrafista no Rio.

Ao negociar uma delação premiada para que Raposo identificasse Souza, por exemplo, o advogado estaria provocando um conflito de interesses entre jovens, o que fere o Código de Ética da OAB.

Desde ontem, os manifestantes acusam um ao outro de terem acendido o rojão durante protesto contra o aumento das tarifas de ontem.

A declaração do advogado de que os manifestantes recebiam para ir aos protestos também poderia prejudicar Souza e Raposo caso sejam condenados, pois o Código Penal considera o pagamento como agravante de pena.

O defensor declarou ontem que deixará o caso se o depoimento prestado por Souza à polícia, sem a sua presença, for anexado aos autos.

O advogado foi o defensor do ex-deputado estadual Natalino Guimarães no processo de cassação na Assembleia Legislativa do Rio. Guimarães está em um presídio federal e é apontado como chefe de uma milícia na zona oeste.

Nunes também foi processado, em 2003, por ter chamar um juiz de "comprado".Ele foi condenado a pagar R$ 40 mil.


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