Folha de S. Paulo


Gasto com médicos cubanos pode superar R$ 1 bilhão em um ano

O governo negocia um novo contrato com a Opas (braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas) para custear a atuação dos médicos cubanos no Brasil pelos próximos seis meses.

Segundo a Folha apurou, o valor do contrato deve ficar perto dos R$ 600 milhões, pois abarcará um grupo maior de cubanos. A quantia supera os R$ 511 milhões pagos pelo serviço de 7.400 profissionais de Cuba que chegaram no país desde setembro.

Assim, em um ano de Mais Médicos, o governo terá gasto mais de R$ 1 bilhão com a permanência desses profissionais no país.

A esse valor se somam outras despesas da Opas, como passagens, a ajuda de fixação para o médico, material de ensino, eventualmente hospedagem e uma taxa de administração de 5% que fica para a organização.

O quinto grupo de médicos cubanos deve desembarcar no Brasil até o mês que vem, quando o governo promete cumprir a demanda dos municípios por 13 mil médicos.

Até aqui, o programa conta com 9.548 profissionais. Será feita uma última rodada de inscrições individuais de médicos brasileiros e estrangeiros não cubanos.

Editoria de Arte/Folhapress

No entanto, a expectativa é que o número de interessados seja menor que o déficit. Na última seleção, houve menos de 900 candidatos. Para fechar a conta, então, o governo deve anunciar nova leva de médicos de Cuba.

Cálculo feito pela reportagem mostra que, nos primeiros seis meses do programa, cada mês trabalhado por um deles custou cerca de R$ 26 mil ao governo.

A conta considera o valor do primeiro contrato e o número de médicos que atuaram no período, proporcionalmente.

Procurado para comentar os dados, o Ministério da Saúde disse que ainda está negociando o novo termo de ajuste com a Opas e que não daria mais informações.

Sobre o custo mensal dos médicos cubanos, a pasta disse que o gasto é maior no início do programa, pois inclui passagens para o Brasil e curso de acolhimento -despesa que será diluída nos três anos de duração do Mais Médicos.

Assim, concentrar esses custos individuais, diz, provoca "uma percepção superestimada". A pasta não informou o custo com os demais médicos estrangeiros.


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