Folha de S. Paulo


Suspeito de acender rojão se hospedou sem RG, diz dono de pousada da BA

Suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade em um protesto no Rio, Caio Silva de Souza, 23, hospedou-se em uma pousada na Bahia sem apresentar documentos horas antes de ser preso na madrugada desta quarta-feira (12) em Feira de Santana (119 km de Salvador).

Segundo Marcos Paulo Costa dos Santos, que é proprietário da pousada e registrou a entrada, o rapaz chegou ao local por volta das 16h de ontem e se identificou com um nome falso.

Ele estava acompanhado de um senhor, que aparentou apenas ter indicado a hospedagem a Souza.

Portando uma mochila, Souza estava tranquilo, segundo o dono da pousada, entrou sozinho e pediu se havia algum quarto de solteiro disponível. Em seguida, pagou pela diária, no valor de R$ 30, em dinheiro.

Na hora de preencher a ficha de hospedagem, apresentou-se pelo nome de Vinícius Marcos de Castro e disse que estava sem documentos.

"Pedi um documento e ele disse que no momento não tinha porque esperava os pais dele chegarem [à noite]", afirmou o proprietário.

Santos liberou a entrada e o suspeito então subiu para o quarto 204, no segundo andar, de onde só saiu para atender a uma ligação na noite de ontem, por volta das 22h.

Santos conta que não viu problemas em hospedá-lo. "É uma surpresa [o que ocorreu]. O pessoal que frequenta aqui sempre é de empresas, pessoal de bem, e de uma hora para outra fomos surpreendidos com esse fato. Já tinha visto na televisão, mas não tinha reconhecido", afirma.

PRISÃO

Segundo o recepcionista Hergleidson de Jesus Moreira, que trabalha no local à noite, por volta das 3h (horário de Brasília) chegaram à pousada policiais civis, acompanhados do advogado e da namorada do suspeito.

Após a mulher e o advogado conversarem com o manifestante, ele deixou o quarto acompanhado por dois policiais civis.

O recepcionista disse que só descobriu que o homem preso era o manifestante foragido do Rio quando entrou na internet para pesquisar.

Jonas Tadeu, advogado do suspeito, disse que o cliente estava indo à casa do avô no Ceará e que não sabia que havia um mandado de prisão expedido contra ele. Depois de conversas por telefone com o advogado, o jovem desistiu da viagem e desembarcou na cidade de Feira de Santana.


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