Folha de S. Paulo


PM detém 28 pessoas após protesto com confronto no centro do Rio

Ao menos 28 pessoas foram detidas na noite desta quinta-feira durante o confronto que envolveu policiais militares e manifestantes na região central do Rio. Os detidos foram encaminhados para a 17ª DP (São Cristóvão) e para a 19ª DP (Tijuca).

O protesto contra o aumento das passagens de ônibus começou ainda no final da tarde, na igreja da Candelária, de forma pacífica. Por volta das 19h, porém, já na estação Central do Brasil, houve liberação de catracas por manifestantes, bombas de gás lacrimogêneo nos corredores e correria.

Sete pessoas ficaram feridas durante o confronto, sendo uma delas o cinegrafista da Band Santiago Andrade, que foi atingido por um artefato na região da cabeça. Ainda não é possível determinar se foi um morteiro lançado por manifestantes ou uma bomba de efeito moral arremessada por policiais.

Segundo a Band, Santiago perdeu muito sangue e foi levado sem sentidos, num carro da polícia, para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por uma tomografia e estava sendo submetido a uma cirurgia por volta das 23h30. Seu estado é considerado grave.

PROTESTO

O protesto começou por volta das 17h na igreja da Candelária e seguiu em direção até a Central do Brasil. O número de manifestantes, que era de 600 pessoas, no início do ato, cresceu rapidamente por volta das 19h, quando iniciaram os confrontos.

Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas nos corredores da estação. Passageiros a caminho de casa ficaram desnorteados e correram para escapar da cortina de fumaça na área de embarque.

Dentro da Central do Brasil, o grupo promoveu o chamado "roletaço", que consiste em pular as roletas que dão acesso às plataformas de embarque sem pagar a passagem. Inicialmente, a polícia deixou que os manifestantes pulassem as roletas, assim como outros passageiros que aderiram ao "roletaço".

Com a multidão de pessoas no interior da estação, no entanto, houve tumulto e a polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo.

Três catracas foram quebradas pelos mascarados que participam do protesto, assim como um telão instalado no local pela Supervia, a concessionária responsável pela administração dos sistema de trens da região metropolitana do Rio.

O batalhão de choque da PM entrou em ação. O confronto se espalhou também pelas ruas próximas à Central do Brasil, que fica em frente ao prédio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio, na avenida Presidente Vargas.


Endereço da página:

Links no texto: