Folha de S. Paulo


Metrô diz que usuários acionaram botão de emergência de 7 trens

O Metrô informou por volta das 22h20 desta terça-feira que a circulação de trens na linha 3-vermelha foi interrompida porque usuários de sete composições acionaram os botões de emergências e desceram na via após uma falha atingir um trem na estação Sé.

Em nota, a empresa afirmou cerca de quatro horas após o início do problema que "alguns usuários permaneciam nas passarelas de emergência, motivo pelo qual ainda não foi possível restabelecer a circulação entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Sé".

Segundo a assessoria do Metrô, a operação já estava normalizada entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera, e a expectativa era que fosse restabelecida no restante da via ainda na noite de hoje. Na Sé, no entanto, os alto-falantes pediam para os passageiros deixassem a estação porque não haverá mais trens.

Mais cedo, o Metrô já tinha informado que houve uma tentativa de retomada da circulação, após a falha, às 19h24, mas cerca de 30 minutos depois houve uma nova ocorrência na Sé, quando ocorreram "atos de vandalismo às composições e agressão aos empregados do Metrô".

Muitos usuários reclamaram que não foi oferecida nenhuma solução. Funcionários apenas ofereciam novo bilhete e orientavam a recorrer aos ônibus e trens. O Metrô não informou se foi acionado o Paese para disponibilizar ônibus no trecho afetado.

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NOS TÚNEIS

Vários usuários lotaram os túneis da linha 3-vermelha após a falha. O universitário Sérgio Aragão foi uma das pessoas que percorreu o trecho entre a estação Marechal Deodoro e Santa Cecília pelos túneis e ajudou idosos e pessoas com crianças a passar pela passarela lateral ao trem. Ele conta que fez o percurso ao menos quatro vezes.

"O pior foi o cadeirante. A roda esquerda às vezes caia no vão e eu tinha que segurar", conta ele. "Além disso teve gente com medo de altura. Teve uma mulher que estava muito nervosa", falou ele já na estação Santa Cecília, que estava aberta, mas sem a passagem de trens por volta das 21h30.

Um grupo de cerca de 20 pessoas caminhou entre as estações Sé e Brás pelos trilhos do metro. Eles falaram à reportagem que iam pegar o trem da CPTM. Na tentativa de buscar outras formas de chegar em casa, as ruas próximas a estação estavam lotadas de pessoas.

O vendedor Washington Ormundo, 42, contou que estava dentro de um trem entre as estações Anhangabaú e Sé quando houve o problema. Após a composição ficar parada por 40 minutos, com o ar condicionado desligado, passageiros quebraram as janelas e desceram no túnel.

Durante o percurso até a Sé, ele diz que seguranças do metrô também circularam pela linha, pedindo aos passageiros que retornassem ao trem e dizendo que, caso contrário, a situação não seria normalizada.

"Foi total falta de preparo. Sabiam do problemas desde 18h30 e não impediram a entrada de pessoas nas estações. O povo foi se acumulando e a situação piorou. Não temos como receber Copa do Mundo coisa nenhuma", afirmou.

A reportagem também caminhou entre as estações Santa Cecília e República, sem que fosse impedida pelos seguranças. No caminho foram encontradas várias vidraças de composições quebradas.


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