Manifestantes que invadiram a estação Central do Brasil na tarde desta terça-feira (28) começaram a deixar o local por volta das 19h50. Cerca 300 pessoas participaram do ato, em protesto contra o aumento das passagens no município.
Centenas de passageiros aderiram à causa, saltaram as roletas e voltaram para casa sem pagar. A Polícia Militar entrou na estação, mas decidiu não intervir.
O ato teve a participação de estudantes e black blocs, começou por volta das 19h e durou cerca de uma hora. Não houve violência ou depredações. Os policiais não usaram gás lacrimogêneo, mas encobriram com coletes a identificação obrigatória nas fardas.
| Erbs Jr./Frame/Folhapress | ||
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| Grupo invade a Central do Brasil nesta terça-feira (28)em protesto contra aumento de passagens |
Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) e a realização da Copa do Mundo no país.
Os coros de "Ei, Fifa, paga minha tarifa", "Não tem aumento", "Cabral é ditador" e "Hoje ninguém paga" ecoavam do saguão para as plataformas lotadas.
Os passageiros que aderiram ao protesto reclamavam do aumento de 30 centavos na tarifa, que subirá no domingo para R$ 3,20 com aval do governo do Estado.
"Acho abusivo o aumento. Os trens não têm qualidade nenhuma", disse a secretária Cláudia Guedes, 47, moradora de Madureira (zona norte).
Outros usuários fizeram questão de usar os bilhetes.
"Isso aí é baderna. Também acho o aumento errado, mas paguei minha passagem", disse a aposentada Eunice Saraiva, 45, de Duque de Caxias.
A PM afirmou que não agiu por não ter recebido pedido da Supervia, a concessionária que administra os trens, controlada pela construtora Odebrecht. A empresa disse que o protesto foi "tranquilo" e não afetou a circulação.
Mais cedo, policiais detiveram o protético Heron Morais de Melo, 32, que usava fantasia de Batman. Ele foi liberado após ser obrigado a retirar a máscara, em cumprimento à lei estadual que proíbe o adereço em protestos.
Hoje, o Tribunal de Contas do Município iberou o aumento da tarifa dos ônibus e transferiu a responsabilidade pelo reajuste ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Em junho passado, o município elevou as passagens em 20 centavos, para R$ 2,95, e voltou atrás após a onda de protestos na cidade.