Folha de S. Paulo


Delegado de Goiás faz cirurgia de mudança de sexo

O delegado de Trindade (região metropolitana de Goiânia) Thiago de Castro Teixeira, 32, saiu de licença há cerca de quatro meses, mas não deve voltar nunca mais ao trabalho. Ao menos não com esse nome.

Desde que fez uma cirurgia de mudança de sexo, há cerca de quatro meses, Thiago passou a atender por Laura.

Teixeira, que já foi casado e tem dois filhos, trabalha na Polícia Civil desde 2008 e já respondeu pelo Genarc (Grupo Especial de Repressão a Narcóticos) de Porangatu (a 395 km de Goiânia) e pela delegacia de Senador Canedo, também na região metropolitana de Goiânia.

Segundo o delegado-chefe de Comunicação da Polícia Civil de Goiás, Norton Luiz Ferreira, desde que a servidora decidiu fazer a cirurgia de mudança de sexo, há um ano e meio, todos os supervisores do órgão foram comunicados.

Na quinta-feira (23), em entrevista à imprensa, o delegado-geral-adjunto, Daniel Felipe Adorni, disse que Teixeira sempre foi muito competente e que a mudança de sexo não interfere em sua atuação profissional. "Problema para a Polícia Civil é policial corrupto, policial truculento, omisso e que não atende bem."

Reprodução/Facebook
Foto mostra a mudança de visual da delegada Laura
O delegado Thiago de Castro Teixeira, antes e depois da cirurgia de mudança de sexo

Antes de fazer a mudança de sexo, a policial se submeteu a uma cirurgia no rosto e, depois, colocou prótese na mama, segundo o advogado André de Morais Mariano, responsável pelo processo de alteração de nome e gênero nos documentos de Teixeira.

A mudança de sexo foi realizada em outubro do ano passado, em um hospital em Bancoc, na Tailândia.

Segundo Ferreira, a delegada tem interesse em atuar como plantonista na delegacia da mulher e o órgão está disposto a atender a solicitação, mas ainda não há uma resposta definitiva. "Seria uma forma de acolhida", disse.

Se a transferência se confirmar, será a primeira vez que a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) de Goiânia terá uma pessoa transgênero entre seus funcionários.

Mas, se até fevereiro, quando termina o período de licença da delegada, sua documentação não tiver sido alterada, Laura poderá atuar somente no setor administrativo da Polícia Civil.


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