Em clima de certo abatimento pela baixa adesão, cerca de 40 aposentados e pensionistas –a maioria de ex-funcionários da Varig– protestaram na tarde desta sexta-feira (24) na Cinelândia, no centro do Rio. A frustração dos aposentados se explica porque a cidade tem tido uma série de protestos desde junho passado, mas não foi possível mobilizar manifestantes para marcar o Dia Nacional do Aposentado.
Dayse Amorim Mattos, ex-comissária de bordo da Varig, acredita que mais entidades sindicais poderiam ter ido às ruas para marcar a data. "Um reajuste de 5,56% em um ano complicado de Copa do Mundo, quando estão praticando preços surreais no Rio de Janeiro, com tudo muito caro, deveria trazer mais pessoas às ruas", afirmou Dayse, destacando o índice de aumento dado às aposentadorias superiores ao salário mínimo.
Os aposentados e pensionistas da Varig aguardam por uma solução para o problema do fundo de pensão Aerus –que sofreu intervenção em 2006, mas está com dificuldades para remunerar seus segurados. A esperança do grupo é uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em que a massa falida da Varig espera receber uma indenização bilionária da União por conta de um congelamento de tarifas entre 1985 e 1992, usado para conter a inflação.
Segundo o entendimento da ministra Cármen Lúcia, em maio do ano passado, a União prejudicou as aéreas e teria de indenizá-las em pelo menos R$ 3,05 bilhões. Na ocasião, porém, o ministro Joaquim Barbosa pediu vistas e o processo não retornou à pauta desde então.
Sobre a ausência de entidades sindicais no ato da Cinelândia, o representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Rafael Zibelli Neto, explica que os aposentados das aéreas comunicaram muito tarde que protestariam, o que prejudicou a mobilização. Os aposentados afirmam que as entidades sindicais ligadas à CUT (Central Única dos Trabalhadores) deixaram a data passar porque estão comprometidas com o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff. O Sindicato Nacional dos Aposentados é ligado à Força Sindical.