Folha de S. Paulo


Justiça do PR vai oferecer ao Maranhão programa de gestão de presos

Pioneiro no uso de uma ferramenta de gestão que controla a entrada e saída de presos, o governo do Paraná vai sugerir ao Maranhão a adoção do modelo a fim de diminuir a superlotação nas cadeias do Estado.

A secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, viaja nesta quarta-feira (15) para São Luís, a convite da governadora Roseana Sarney (PMDB), para apresentar o software utilizado no Paraná e tentar viabilizar sua implantação no Maranhão.

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No Paraná, o sistema, que congrega dados do Judiciário e do governo, consegue identificar quais são os presos que já podem receber benefícios ou progressão de pena, separando-os por penitenciária, cidade ou vara de execução penal.

Com a ajuda dessa ferramenta, o Estado liberou ou concedeu benefícios, nos últimos três anos, a quase 15 mil detentos que cumpriam pena indevidamente ou poderiam migrar para os regimes aberto e semiaberto. A população carcerária do Paraná, hoje, é de 28 mil pessoas.

A falta de acompanhamento dos detentos é apontada como um dos fatores que levaram à crise da segurança no Maranhão.

"Há muitos anos, os presos são esquecidos pelo Judiciário no Estado", declarou o coordenador nacional da Pastoral Carcerária, padre Valdir Silveira, ao "Portal A12". "Muitos não são julgados, outros já cumpriram pena, mas o Judiciário nem acompanha os casos."

EQUIPE

A secretária de Justiça vai levar uma equipe a São Luís para apresentar a tecnologia. O Paraná, único no país a adotar esse sistema, pretende ceder o software ao Maranhão.

"A solução no Maranhão passa pela construção de novas vagas e pela gestão da informação. Só que a construção leva um ano. A gestão é imediata", afirmou Gomes em entrevista à imprensa nesta terça-feira (14).

O Paraná também vai apresentar os projetos de cadeias públicas e penitenciárias semiabertas que cedeu ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional), mais compactos e de custo menor que o previsto pelo Ministério da Justiça no Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional. Eles também poderão ser adotados pelo governo do Maranhão.


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