Folha de S. Paulo


Polícia Civil ouve familiares de vítimas de chacina em Campinas (SP)

A Polícia Civil começou a ouvir, na manhã desta terça feira (14), familiares das vítimas mortas em uma série de ataques na região do bairro Ouro Verde, na periferia de Campinas (93 km de São Paulo). Entre a noite de domingo e a madrugada de ontem, 12 pessoas foram mortas. Os crimes aconteceram após a morte de um policial militar na mesma região.

Investigadores estão no bairro Vida Nova, onde cinco pessoas morreram em uma das chacinas registradas, à procura de indícios que ajudem a esclarecer os crimes.

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Na delegacia seccional de Campinas, no centro da cidade, delegados locais estão reunidos com uma equipe do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que veio da capital para ajudar nas investigações. Na tarde de hoje, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, estará em Campinas, para falar sobre o caso.

LINHA DE INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil investiga se as mortes foram praticadas por policiais militares. A hipótese é que seria uma retaliação ao assassinato de um colega na mesma região. O PM foi morto a tiros no domingo, às 12h, após reagir a um assalto em um posto de gasolina.

Outra hipótese da polícia é que os crimes sejam motivados por uma briga entre gangues de bairros vizinhos.

Os homicídios tiveram características semelhantes: os atiradores passavam de carro e atingiam as vítimas com vários tiros de pistolas.

A primeira chacina ocorreu às 23h20, quando quatro homens foram mortos em uma calçada do bairro Recanto do Sol II.

Dez minutos depois, outro dois morreram com tiros na cabeça no bairro Cosmos e no Parque Universitário.

Às 23h40, em Vida Nova, ocorreu outra chacina com cinco vítimas -todos com a mesma característica de tiros na cabeça e nas costas. Outro homicídio ocorreu à 1h40 no bairro Vista Alegre.

Dos 12 mortos, seis tinham passagem pela polícia por crimes como homicídio e roubo de carros. Com nenhum deles, porém, foram encontradas armas ou drogas.

A polícia vê indícios de relação entre as 12 mortes, mas ainda investigará qual seria essa relação. Os indícios são: os horários e os locais, muito próximos uns dos outros, a descrição dos carros e o tipo de arma usado nos crimes.

Editoria de Arte/Folhapress

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