Folha de S. Paulo


Em Campinas, polícia retira corpos de velório para novos exames

Faltavam menos de 30 minutos para que os familiares de Diego Dias Coelho, 24, e Wesley Adiel Lopes, 19, fizessem as últimas despedidas. Os corpos deveriam ser enterrados. Eles estavam entre as 12 vítimas de Campinas.

Funcionários do cemitério deram, então, uma notícia que pegou todos os presentes de surpresa: os corpos precisariam voltar para o IML (Instituto Médico Legal) para novos exames.

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Não adiantou a reclamação dos parentes. Os caixões foram fechados pelos funcionários e levados para uma sala. A explicação deixou os parentes revoltados: a polícia ainda iria procurar mais projéteis no corpos, já que os exames não estavam completos.

Todos as vítimas estavam no mesmo velório, realizado no cemitério do Parque Nossa Senhora Conceição, conhecido como Cemitério dos Amarais, um cemitério público.

A reportagem presenciou o momento em que funcionários do velório levaram os corpos e explicaram aos parentes que o IML tentaria achar projéteis dentro deles.

A Secretaria da Segurança Pública confirmou ter partido da polícia o pedido. Dizem que foram feitos exames complementares.

A secretaria não explicou, porém, qual foi o problema ocorrido, nem por que todos os exames necessários para a perícia não foram feitos de uma única vez.

O enterro dos dois deve ocorrer hoje às 8h, o que causou indignação em amigos e familiares dos mortos.


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