Folha de S. Paulo


Haddad suspende desapropriações para conter gastos

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quarta-feira a suspensão das desapropriações de áreas particulares para conter gastos da administração municipal.

Até o fim do mês, um pacote de cortes deverá será anunciado. Segundo Haddad, isso ocorre para cobrir o rombo nos cofres após a Justiça suspender o reajuste do IPTU.

O corte passará por todas as secretarias, atingindo áreas importantes como educação, saúde, habitação e transportes.

Agora, elas não poderão desapropriar áreas para futuras obras. De acordo com Haddad, creches, unidades habitacionais e hospitais não sairão do papel, pois a prefeitura não terá dinheiro para desapropriar terrenos particulares.

Cesar Rosati/Folhapress
O prefeito Fernando Haddad (PT) durante agenda, no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo
O prefeito Fernando Haddad (PT) durante agenda, no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo

"Todas as secretarias que dependem de desapropriação serão afetadas [pelo corte no Orçamento]. Saúde, Habitação, Educação e Transportes dependem, então serão atingidas", disse o prefeito, que cumpriu agenda na zona sul da cidade.

Ele não especificou, no entanto, quais obras serão suspensas.

Segundo cálculos da prefeitura, a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que em dezembro barrou o aumento do IPTU, tirou do orçamento cerca de R$ 800 milhões.

Com isso, a cidade perderá cerca de R$ 4,2 bilhões em investimentos, já que não poderá colocar contrapartida aos projetos financiados pela União. O Orçamento aprovado para 2014 é de R$ 50,6 bilhões.

"A prefeitura não tem dinheiro. A conta é simples. Sem o terreno para construir, não tem como usar dinheiro federal que viria para estas pastas", afirmou Haddad.

"Todo planejamento de investimento que estava sendo feito para a cidade fica comprometido porque boa parte desses recursos seria usado em desapropriações, e desapropriações só podem ser feitas com recursos próprios, não dá para pegar o dinheiro da União para desapropriar um terreno para o Minha Casa, Minha Vida, para creche e para construir um corredor de ônibus", disse.

Editoria de Arte/Folhapress

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