Folha de S. Paulo


Polícia analisa imagens para saber se jovem foi jogada de terraço

A Polícia Civil começou a analisar nesta segunda-feira as imagens de câmeras de segurança para apurar as circunstâncias da morte da estudante de Direito Nívia de Araújo, 24.

Ela morreu após cair de uma altura de dez metros do terraço da casa onde morava em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, na madrugada de 1º de janeiro.

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A polícia suspeita que a jovem foi empurrada pelo ex-namorado, Leonardo Carvalho de Oliveira, 25. Ele teve sua prisão temporária decretada pela Justiça e está detido desde sábado (4).

Oliveira afirma que a queda da ex-namorada foi acidental. Segundo ele, a jovem tirava roupas do varal quando perdeu o equilíbrio e caiu. Logo após a queda, ele ligou para o Corpo de Bombeiros pedindo socorro.

O ex-namorado foi indiciado por homicídio duplamente qualificado -motivo fútil e uso de meio cruel.

Oliveira e Nívia romperam o namoro semanas antes do Réveillon. De acordo com amigos da jovem, ela teria decidido terminar o relacionamento por causa do comportamento dele, descrito como agressivo e ciumento.

De acordo com a polícia, Nívia não permitiu que Oliveira entrasse em sua casa. Ele teria então pulado o muro e ido ao quarto dela, onde os dois teriam se agredido fisicamente.

A partir deste momento, segundo a polícia, o ex-namorado a forçou a subir até o terraço, de onde a empurrou.

Oliveira afirma que os dois já haviam se acertado depois da briga e que ela caiu acidentalmente ao tentar apanhar roupas no varal.

Nívia foi enterrada no domingo. Sua mãe, Neuzeli Barbosa, 43, disse que ainda não teve coragem de contar à neta de dois anos, filha da estudante de Direito, que a mãe morrera. "Ele [Leonardo] acabou com a vida da minha filha e com a vida da filha dela", disse.

Vizinho de Nívia, o comerciante Antônio Carlos Melo de Oliveira, 63, conta que ela era uma das clientes de sua loja de salgados. "Tenho uma filha de 24 anos, a idade dela, também formada em Direito. Senti a morte dela como se fosse a minha filha. A gente costuma ouvir esse tipo de coisa no noticiário, mas quando é tão próximo, muda tudo", afirma Oliveira.

Amiga de Nívia, Camila Batista Ferreira, 25, contou que sua grande meta era concluir a faculdade em 2014. "Depois que a filha nasceu, ela ficou uma pessoa ainda mais radiante, feliz e cheia de vida", disse.

Mas as duas começaram a se afastar por causa de Oliveira, que, segundo Camila, queria ter controle absoluto sobre Nívia. "Nunca pensei que ele fosse capaz de matá-la, mas tinha medo que pudesse machucá-la de alguma maneira com seu jeito grosseiro", afirmou.


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