Depois das festas do Réveillon em Caraguatatuba, no litoral norte paulista, diversas praias amanheceram repletas de lixo no primeiro dia deste ano. Garrafas vazias, latas e muito vidro estilhaçado pela areia e avenidas transformaram a paisagem desses locais logo nas primeiras horas da manhã.
Funcionários da Prefeitura de Caraguatatuba tentaram recolher desde cedo a grande quantidade de lixo, encontradas principalmente nas praias Martin de Sá, Centro e Indaiá.
A avenida da Praia, tradicional ponto de realização do show da virada, também ficou tomada pelos resíduos. Segundo a prefeitura, pelo menos 3.000 toneladas de lixo foram recolhidas.
Para os turistas que resolveram aproveitar o dia de sol na praia foi preciso um pouco de paciência. Além da sujeira nas praias, muitas pessoas ainda estavam dormindo no local por volta das 8h.
Na praia do centro e indaiá, enquanto alguns que se excederam na bebida ainda não estavam de pé, outros tomavam banho de mar com a mesma roupa que passaram o Réveillon.
Marcio Aurélio da Cruz, 24, é caixa num supermercado e estendeu as comemorações do Ano Novo até as 7h30, quando resolveu voltar para casa.
Enquanto turistas chegavam para aproveitar a praia central de Caraguatatuba, ele estava deixando o local com os amigos. "Aproveitei o máximo que pude esta noite, já que não trabalho hoje. De madrugada, quando cansei, deitei na areia e dormi até agora", comentou.
Já recepcionista Silvia Cristina Martins Santos, 28, foi mais precavida. Junto com um grupo de cinco amigos ela levou uma mochila com toalha e roupa de banho com o objetivo de emendar a festa da virada com a praia matinal. O grupo veio de São Paulo e comemorou o tempo bom, que ajudou a colocar o plano em prática.
A arquiteta Julia Rodrigues de Medeiros, 35, ficou incomodada com o que encontrou pelo caminho. "É um absurdo a falta de consciência das pessoas. Comemorar a chegada do ano não tem nada a ver com essa sujeira toda", disse.
CATADORES LUCRAM
O que trouxe transtornos para muitos gerou um lucro para outros. Quem aproveitou para trabalhar logo no início de 2014 foram os catadores de material reciclável, que percorreram esses locais em busca de latas de alumínio e outros materiais que pudessem comercializar.
Edileusa Souza Cintra, 42, disse que ainda estavam festejando o ano novo quando ela começou a busca pelo material reciclável.
"Dependo disso para viver e essa é a melhor época para ganhar um dinheiro a mais. Então comecei a correr atrás das latinhas logo depois que o pessoal começou a festejar". Por volta das 6h, ela já tinha conseguido ajuntar o equivalente a uma caçamba grande de lixo, apenas com as latinhas de alumínio.