Folha de S. Paulo


Carlos dos Santos Miranda (1956-2013) - 40 anos como propagandista de remédios

Carlos dos Santos Miranda tinha apenas 13 anos quando arrumou seu primeiro emprego para ajudar nas despesas da família, vinda de Minas.

Não imaginava que o serviço de entregador de remédios de uma farmácia no Tatuapé, zona leste de São Paulo, fosse o prenúncio de uma carreira que o levaria a trabalhar nos grandes laboratórios da indústria farmacêutica.

Nos últimos 40 anos, Carlão ganhou a vida como propagandista de remédios, profissão da qual tinha muito orgulho. Admirado pelos colegas, chegou à direção do sindicato da categoria no Estado de São Paulo, ao qual dedicava-se com afinco.

Estava sempre de bom humor e não se abateu nem ao ser diagnosticado com câncer na laringe em 2010. Manteve, até outubro passado, a rotina de visitar consultórios, clínicas e hospitais.

Na juventude, apaixonado que era por música, montou uma banda de baile com os amigos. Foi quando conheceu Maria Aparecida, sua companheira por 15 anos.

Dividido entre o trabalho, a banda e o casamento precoce, só conseguiu fazer faculdade nos anos 90. "Observador da vida", escolheu sociologia. Sem abandonar o trabalho de propagandista, deu aulas em escolas públicas como professor substituto.

Morreu na quinta-feira (26), aos 57 anos. Deixa os irmãos, Luiz, Renato, Lázara, Ricardo, Maria da Penha e Adrian. A missa do sétimo dia será no domingo, às 18h30, na paróquia Santo Estêvão Mártir, na Penha, São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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