Folha de S. Paulo


Ciclista que perdeu o braço na Paulista quer fazer faculdade em 2014

Passar no vestibular de engenharia civil é a principal meta do estudante David Santos Sousa, 22, para 2014.

Em março deste ano, o jovem teve o braço decepado por um motorista que dirigia embriagado na avenida Paulista (região central). Alex Kozloff Siwek jogou o membro em um córrego, impedindo que ele fosse reimplantado no rapaz.

Em 2013, ele lutou para se manter vivo, aprendeu a viver sem um dos braços e a usar uma prótese. Mas não ficou parado. Trabalhou como auxiliar de instrutor de brigada de incêndio, começou a desenhar com a mão esquerda, fez aula de dança, muai thay e academia.

Tercio Teixeira/Folhapress
O ciclista David Santos Souza, 22 que teve o braço decepado por um motorista, que jogou o membro em um córrego
O ciclista David Santos Souza, 22 que teve o braço decepado por um motorista, que jogou o membro em um córrego

E voltou a andar de bicicleta. Sousa conta que aprendeu a andar de bicicleta aos oito anos e, desde os 13, anda diariamente de bike.

"As coisas que acontecem na vida, muitas vezes, vêm disfarçadas de coisas ruins. Nada é ruim, basta saber interpretar", afirma. Há um mês, Sousa começou a frequentar a igreja Assembleia de Deus na Cidade Júlia (zona sul), bairro onde mora.

Sousa está sem trabalho, pois se dedica a um curso de administração no Senai.

"Vou terminar o curso na metade do ano que vem, mas já estou me preparando para o vestibulinho", afirma o jovem. Ele ganhou uma bolsa de estudos numa faculdade, mas pediu para não revelar o nome, e o único requisito para frequentar as aulas em 2014 é passar no vestibular.

Em julho, ele ganhou uma prótese da Conforpés, de Sorocaba. No momento, o jovem não está usando porque a estrutura que adere ao membro amputado rasgou. Sobre o que gostaria de Natal neste ano, responde: "Tem tanta coisa que a gente quer. Mas a gente tem que conquistar".


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