Folha de S. Paulo


Haddad diz que ação para derrubar reajuste do IPTU é demagogia de Skaf

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse que a ação movida pela Fiesp, que barrou o aumento do IPTU, é uma atitude demagógica do presidente da entidade, Paulo Skaf.

Durante um evento na zona leste de São Paulo, Haddad ainda afirmou que há uma "incoerência entre ação e discurso", já que não houve nenhuma ação como essa contra nenhum outro prefeito do país.

Haddad diz que Fiesp prejudicou saúde no Brasil e agora quer lesar SP
Mesmo sem definição, prefeitura diz que moradores receberão um boleto de IPTU

"É muita demagogia ficar entrando com uma ação contra a cidade, já que a Fiesp não entrou com nenhuma ação contra nenhum outro prefeito", disse Haddad, claramente irritado.

Segundo o prefeito, a atitude da federação tem claro interesse eleitoral. "Não vale a pena fazer demagogia para ganhar [nas eleições] alguns pontinhos. Não é porque você é candidato a qualquer coisa que você pode fazer demagogia", afirmou Haddad.

A ação foi analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu manter a liminar que suspende o aumento. Para Haddad, a decisão da corte pode abrir um precedente negativo para outras prefeituras e engessar o poder público.

"Está se brincando com coisa muito séria. Isso vai afetar São Paulo num primeiro momento, mas se essa jurisprudência se consolida, amanhã ninguém consegue mais atualizar a planta genérica de valores".

O prefeito ainda lembrou do aumento do IPTU feito em 2009, pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD) e questionou o motivo pelo qual a Fiesp não entrou com o mesmo tipo de ação na época.

"Em 2009 ele [Skaf] não era candidato. Será que é por causa disso? Eu não consigo explicar a oscilação do comportamento dele", disse. O presidente da Fiesp é pré-candidato pelo PMDB ao governo do Estado de São Paulo nas eleições do ano que vem.

ORÇAMENTO

A Câmara de São Paulo aprovou o Orçamento de 2014 –de R$ 50,5 bilhões– mesmo sem saber a decisão final da Justiça sobre o reajuste do IPTU, que está suspenso. Foram 38 vereadores favoráveis e 12 contra –PSDB, Gilberto Natalini (PV), José Police Neto (PSD) e Toninho Vespoli (Psol).

O texto aprovado prevê o congelamento de aproximadamente R$ 800 milhões, valor previsto com a arrecadação a mais de IPTU com o aumento do imposto planejado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para 2014 –de até 20% para imóveis residenciais e até 35% para comerciais.

Esses R$ 800 milhões estão previstos no Orçamento, mas só poderão ser, de fato, contabilizados caso Haddad consiga reverter a decisão judicial.


Endereço da página:

Links no texto: