A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta sexta-feira (20) um estudo que aponta que a implantação de faixas exclusivas de ônibus foi responsável por uma redução média de 38 minutos por dia no tempo de viagem dos passageiros.
A pesquisa, feita pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), considera uma economia média de 19 minutos nas viagens de ida e de volta.
A estimativa foi feita com base na comparação da velocidade média dos ônibus antes e depois das faixas. A conclusão é de que a velocidade passou de 14,2 km/h para 20,6 km/h –um aumento de 45%.
A pesquisa considera os 291 km de faixas implantadas pela gestão Fernando Haddad (PT) até novembro. As medições de velocidade foram feitas apenas nas vias que receberam a medida. Agentes de trânsito calcularam o tempo de viagem dos ônibus antes e depois da implantação de cada faixa.
Segundo o estudo, cerca de 3 milhões de passageiros, dos 4,5 milhões que usam ônibus, foram beneficiados pelas faixas. No total, a prefeitura diz que foram economizados 1,9 milhão de horas por dia.
O projeto e a execução das faixas exclusivas teve um custo de cerca de R$ 15 milhões, ou seja, R$ 50 mil por quilômetro. Além dos 291 km implantados, outros 29 km serão ativados em janeiro.
As faixas foram a principal ação de Haddad em respostas à onda de protestos –além da redução da passagem. Sua meta inicial era implantar 150 km de faixas em quatro anos, mas o número passou para 300 km em um ano. Do total, 85% das faixas surgiram depois dos protestos de junho.
Segundo o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, ainda está em análise a implantação de faixas em mais 50 km de vias, como a rua Augusta e as avenidas Oscar Americano, Berrini, Giovanni Gronchi e Dona Belmira Marin.
TRÂNSITO
O estudo da CET também comparou a extensão dos congestionamentos de carros particulares no cenário de implantação das faixas. A gestão afirma que, apesar deles terem piorado, o ritmo de crescimento foi menor neste ano.
De janeiro a novembro, a média de lentidão foi de 142 km, piora de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação de 2012 com 2011, porém, a piora havia sido maior (13,8%).
Na avaliação Ronaldo Tonobohn, superintendente de planejamento da CET, a segregação de uma faixa para os ônibus reduz o conflito entre os coletivos e os carros particulares, e essa melhor organização do fluxo pode acabar melhorando a lentidão.
A comparação da lentidão nas grandes avenidas, porém, aponta que a implantação das faixas têm aumentado a lentidão. Na marginal Pinheiros, por exemplo, que recebeu 17,4 km de faixas exclusivas em julho, houve uma piora de 14% na média de congestionamentos de julho para agosto, tendência que se manteve nos meses seguintes.