Folha de S. Paulo


Com possibilidade de greve, aeroportos do Brasil têm movimento tranquilo

Os aeroportos brasileiros registram poucos atrasos e cancelamentos no início da tarde desta quinta-feira (19). Pelos cálculos do governo, amanhã será o dia de maior movimento nos aeroportos do país no período de festas de fim de ano.

Uma reunião entre representantes das companhias aéreas, aeroviários (pessoal que trabalha em terra) e aeronautas (pilotos, copilotos e comissários de bordo) terminou ontem sem acordo de reajuste salarial das categorias e pode ocorrer uma greve.

Governo vai defender em ação que greve de aeronautas é ilegal

Às 13h, o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, registrava atraso em sete voos (6,4% do total). O galeão, no Rio, tinha duas decolagens fora do horário programado, equivalente a 2,8% dos voos marcados para o local.

Segundo a Infraero, no horário havia 38 voos atrasados em todo o país (3,9%) e outros 53 cancelados (5,4%). O aeroporto que registrava a pior situação era o de Vitória (ES). Dos 28 voos programados, 12 (42,9%) estavam atrasados e outros 6 (21,4%) haviam sido cancelados.

GREVE

Hoje, haverá assembleias para definir se as categorias entram em greve a partir das 6h de amanhã. Os trabalhadores querem aumento de 8%. As empresas ofereceram 5,6% para aeronautas, o equivalente à variação da inflação no período.

Para os aeroviários, foi proposto reajuste de 7% para quem ganha o piso salarial, 5,6% para os que recebem mais do que o piso até R$ 10 mil e, acima desse valor, um valor fixo de R$ 560.

No caso dos aeroviários, parte da categoria já aceitou a proposta das empresas na semana passada. São os trabalhadores de sindicatos ligados à FNTTA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos).

O acordo foi fechado com o Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo, Sindicato dos Aeroviários do Amazonas, Sindicato dos Aeroviários de Minas Gerais e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Aéreas do Município do Rio de Janeiro.

O governo vai entrar na ação que deve ser proposta pelo sindicato das empresas aéreas contra a greve e prepara argumentação de que ela é ilegal. Representantes das empresas esperam que a Justiça determine que 90% dos funcionários trabalhem.

O sindicato diz que vai garantir apenas 20% da categoria trabalhando no caso de greve.


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