Folha de S. Paulo


'Foi desastroso', diz índio retirado de árvore após protesto no Rio

O índio José Wilhame Araújo, 53, conhecido como Urutau da tribo Guajajara, disse à imprensa na tarde desta terça-feira (17) que foi "desastroso" o trabalho dos bombeiros para retirá-lo à força de cima uma árvore, onde protestava há mais de 24 horas, no antigo Museu do Índio, no Maracanã, na zona norte do Rio.

Urutau diz que sofreu arranhões e hematomas no pescoço, no peito, braço e perna. Ele afirmou que se machucou quando os bombeiros tentaram içar ele com a escada magirus.

Índio é imobilizado por bombeiros e retirado de árvore no Rio

Daniel Marenco - 16.dez.2013/Folhapress
O indígena Urutau, da tribo Guajajara, resistiu mais de 24 horas em cima de uma árvore no Rio
O indígena Urutau, da tribo Guajajara, resistiu mais de 24 horas em cima de uma árvore no Rio

"Foi desastroso. Um dos bombeiros pulou em cima de mim e eu só falava que não tinha necessidade porque ia descer. Ele colocou um grampo por trás de mim e mandou suspender. Quando viu que eu estava amarrado na árvore e que estava sendo enforcado pela corda que ele colocou em mim, mandou parar, tirou o grampo e desceram comigo", disse o índio após deixar a delegacia.

Após ser retirado da árvore, Urutau foi levado pelos bombeiros para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, onde assinou um termo circunstanciado se comprometendo a retornar à delegacia para depor como envolvido no crime de desobediência. Depois, foi encaminhado ao 18º DP (Praça da Bandeira).

Cansado, o índio afirmou que não acredita que os bombeiros tenham machucado ele de forma proposital. No entanto, deve entrar com uma ação por danos morais contra o governo estadual. Há 20 anos no Rio, Urutau contou que costuma visitar todos os anos sua terra natal no Maranhão, na aldeia Lagoa, em Genipapo das Vieiras.


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