Folha de S. Paulo


Para evitar greve, aeronautas e empresas fazem última reunião amanhã

Pilotos, copilotos e comissários de voo ameaçam parar as atividades na próxima sexta-feira (20). A possível greve foi decidida em assembleia no último dia 13, quando a categoria recusou a proposta de aumento salarial feito pelas empresas aéreas.

A paralisação acontece às vésperas do feriado de Natal quando tradicionalmente os aeroportos ficam cheios e atinge todos os terminais do país. Amanhã (18), o sindicato que representa 18 mil trabalhadores e as empresas tentam mais uma vez um acordo para tentar evitar a paralisação de sexta-feira.

O encontro acontece na sede do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias no Rio de Janeiro, às 15h. "Esperamos avançar com a negociação principalmente na questão social. Hoje um comissário, por exemplo, trabalha seis dias e folga um apenas. Isso é muito injusto e as empresas não flexibilizam essa jornada", disse o presidente do Sindicato dos Aeronautas, Marcelo Ceriotti.

De acordo com ele, a proposta feita pelas companhias aos funcionários "não representa um ganho real para a categoria postuladas pelos aeronautas na pauta de reivindicação e nas reuniões paritárias de negociação coletiva que já foram realizadas". "Infelizmente nossa data base é dia 1º de dezembro e como as companhias não propuseram nada até o começo do mês a greve é o único meio de pressioná-los. Haverá um impacto social, mas esse é nosso último recurso", afirmou Ceriotti.

O resultado da reunião de amanhã deverá ser apresentado aos aeronautas na próxima quinta-feira (19) em assembleia. Caso não haja consenso, a greve deve começar a partir das 6h de sexta-feira e acontecerá por prazo indeterminado. De acordo com Ceriotti, conforme previsto em lei, 20% da categoria deve continuar trabalhando, mesmo se a greve for aprovada em assembleia.

Entre as reivindicações dos aeronautas estão reajuste salarial de 8%, além de prioridade na recontratação, regulamentação de folgas, previdência privada, plano de saúde, passe livre, entre outros.

O sindicato patronal ofereceu reajuste de 5,6%, o que foi recusado. Ninguém do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, responsável pela negociação com os trabalhadores, foi encontrado para comentar a decisão da greve.


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