Folha de S. Paulo


Sem-teto acampados na porta da prefeitura ameaçam aumentar ocupação

Os sem-teto que ocupam com barracas desde ontem (15) a calçada do viaduto do Chá (região central de SP), em frente à prefeitura, dizem que podem levar mais famílias para o local caso o prefeito Fernando Haddad (PT) não inicie uma negociação com o grupo.

O protesto é organizado pelo MSTS (Movimento Sem-Teto do Sacomã). Segundo líderes do movimento, são 357 famílias no local o que totaliza 950 pessoas. Eles dizem que não têm previsão para sair e que esperam uma reunião com Haddad para traçar alternativas de moradias para as famílias. Caso o prefeito não atenda, eles ameaçam levar até 1.500 pessoas para acampar na prefeitura.

A sem-teto Miraneide Trindade, 34, diz que tem cinco filhos e não tem nenhum apoio do serviço social. "Às vezes consigo uma cesta básica na igreja", diz a sem-teto que ontem de manhã dava banho com caneca em três dos seus filhos em pleno viaduto do Chá.

Ela conta que pegou a água em uma torneira próxima e que tem feito as refeições e dormido em uma das barracas montadas no local.

Integrantes do MSTS fizeram na semana passada uma manifestação na frente do prédio onde Haddad mora. Também são parte de um grupo que invadiu há cerca de 30 dias o prédio do antigo Cine Marrocos, na região central de SP. O grupo deixou o local após a prefeitura pedir o corte da água e da luz.

Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, os serviços no prédio ocupado foram cortados por medida de segurança. A secretaria informou que está aberta ao diálogo e que as famílias foram avisadas que o prédio não podia ser ocupado.

Apu Gomes/Folhapress
Cerca de 300 famílias sem-teto estão acampadas no viaduto do Chá, no centro de SP
Cerca de 300 famílias sem-teto estão acampadas no viaduto do Chá, no centro de SP

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