Folha de S. Paulo


Explosão em restaurante deixa moradores de prédio desabrigados em Brasília

Dezenas de pessoas ficaram desabrigadas devido à explosão em um restaurante em Brasília na manhã deste domingo (15). O estabelecimento ficava no térreo de um prédio de uso misto --residencial e comercial.

Os moradores dos 74 apartamentos do edifício tiveram de sair com a roupa do corpo, e não puderam retornar para pegar documentos ou chaves do carro. Eles estavam desesperados com a situação.

A explosão ocorreu no Restaurante Frejo, na Asa Norte da capital, e destruiu várias lojas que funcionam no andar térreo do prédio, além de causar danos nos apartamentos do bloco e nos de blocos próximos, que tiveram vidraças quebradas e portas arrancadas, e outros danos internos e externos. A suspeita é que um vazamento de gás tenha provocado o acidente.

Segundo o chefe da equipe da Defesa Civil, Luiz Antônio, a interdição é necessária porque o acesso ao interior do prédio é pelo local mais atingido pela explosão, que pode desmoronar, devido ao comprometimento de duas vigas, um pilar e uma laje.

Os moradores do prédio foram acordados pela explosão ocorrida no térreo às 7h15. A moradora Luciana Dourado, que reside em um apartamento no lado oposto ao da explosão, disse que acordou com o barulho e o tremor, mas que nada foi quebrado em sua casa.

Preocupada, ela estava entre as pessoas que não podiam voltar para casa. "Se nós temos que ir para outro lugar, precisamos buscar documentos e a chave do carro, pois ficou tudo em casa. Estamos só com a roupa do corpo. Precisamos buscar nossas coisas. Não podemos ficar na rua, sem nada", disse.

O coordenador das operações da Defesa Civil informou que, no termo de interdição entregue à síndica do prédio, é exigida a contratação de uma empresa de engenharia para elaborar um laudo sobre a situação do prédio e o escoramento da área mais afetada, onde ficam as vigas, a coluna e a laje abaladas pela explosão.

Entre os comerciantes afetados pelo acidente, está a cabeleireira Neurani Max Barbosa, cujo salão, ao lado do restaurante onde houve a explosão, foi totalmente destruído.

Ela foi avisada por uma vizinha, e ao chegar ao local, Neurani disse que não sabe o que fazer, pois o salão de beleza "garante o sustento de pelo menos sete pessoas".

Já o morador do Bloco B, Carlos Augusto, cujo apartamento fica em frente ao local da explosão, contou que "o deslocamento de ar foi tão forte que levantou a cama, quebrou todas as vidraças e derrubou o computador no chão".

Havia grande quantidade de detritos espalhada pelos dois blocos em consequência da explosão. Outros prédios mais afastados também tiveram vidraças quebradas nos apartamentos e em áreas de uso comum. A rua comercial da 409 Norte foi interditada pela Defesa Civil devido à situação de risco do Bloco C.

Três pessoas que passavam pelo local na hora da explosão sofreram ferimentos leves e foram socorridas em hospitais públicos de Brasília.


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