Em Barreiras, município com 150 mil habitantes e forte PIB agrícola no oeste da Bahia, carros e motos dividem as ruas com carroças e carretas superlotadas de grãos.
As BRs 242 e 135 cortam a cidade e são rota da maioria das cargas de algodão e grãos (soja e milho) que seguem para o porto de Ilhéus, no extremo sul do Estado.
"Tem que ser tolerante para dirigir aqui. Eu ando por essas ruas o dia todo disputando espaço com moto, gente e caminhão. Não posso prometer chegar rápido ao destino do cliente", diz o taxista João do Nascimento.
Em outubro, 20 anos após o primeiro projeto e depois de inúmeros atrasos e paralisações, o anel viário de Barreiras ficou pronto, com 12 km e ao custo de R$ 19 milhões.
| Bruna Pires/Folhapress | ||
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| Trânsito no centro de Barreiras (BA), onde carros e motos disputam espaço com caminhões e carretas |
Mas muitos caminhoneiros que cortam a cidade não sabem que a rota pode ser utilizada, já que ela oficialmente ainda não foi inaugurada.
Lenilson Carvalho é um deles. "Demoro 40 minutos para atravessar a cidade. Se soubesse que o contorno já estava pronto certamente iria por essa nova estrada. Passar pelo centro é um transtorno porque as ruas não têm estrutura para cargas pesadas."
Segundo dados da Coordenadoria Municipal de Trânsito, a frota de Barreiras (a 850 km de Salvador) é de cerca de 60 mil veículos, entre carros e motos. No período de safra, de outubro a abril, a estimativa é que 2.800 caminhões passem diariamente pelo centro. No resto do ano, o número cai para 1.500.
Por ora, não há previsão de quando será feita a fiscalização do tráfego de caminhões no perímetro urbano.
"O trânsito não está totalmente municipalizado. Ainda não temos sinalização nem profissionais para fiscalizar de acordo com a demanda", diz Marcelo Feitosa, coordenador da Cootrans.