Folha de S. Paulo


Cabral culpa 'décadas de abandono' por enchentes no Rio

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), responsabilizou nesta quinta-feira (12) as "décadas de abandono" da Baixada Fluminense pelas enchentes ocorridas na região esta semana. Ele participou de reunião com dez prefeitos e secretários de Estado.

A terceira morte em decorrência das chuvas foi confirmada na manhã de hoje. Cerca de 4.100 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas após o temporal que atingiu ontem a capital e municípios da Baixada Fluminense.

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Cabral afirmou que vai se reunir amanhã, no Rio, com o ministro Francisco Teixeira (Integração Nacional) e o secretário nacional de Defesa Civil, general Adriano Pereira Junior, para pedir apoio emergencial, bem como verbas para intervenções que ajudem a reduzir os impactos da chuva.

"O Estado está muito mais aparelhado do que em 2007 [ano em que assumiu o governo do Rio]. Como foram décadas de abandono, estamos correndo atras do prejuízo", disse Cabral, no Quartel dos Bombeiros em Nova Iguaçu. Ele sobrevoou de helicóptero as áreas alagadas.

O governador afirmou que o Projeto Iguaçu, que faz a dragagem dos rios da Baixada Fluminense, teve sua primeira fase concluída há pouco. Nela foram retirados do fundo dos rios Botas e Sarapuí seis milhões de metros cúbicos de terra e 42 mil pneus.

"Vamos licitar a segunda fase em dezembro e janeiro, e a terceira ainda precisamos equacionar questões financeiras com o governo federal", disse ele. "Em sete anos avançamos muito. Mas são 30, 40 anos de abandono", disse ele.

Um dos pedidos ao governo federal será o pagamento de aluguel social para cerca de 3.000 pessoas desabrigadas ou desalojadas nas chuvas.

Cabral afirmou que foi criado o Gabinete Integrado da Baixada, que vai reunir representantes dos municípios no Centro Integrado de Comando e Controle do Estado. O objetivo é "otimizar os recursos materiais e humanos" na mitigação dos impactos das chuvas.


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