Folha de S. Paulo


Jovens presos no Rio são suspeitos, diz promotora

A promotora de Justiça Marisa Paiva diz que pelo menos dois dos jovens detidos na operação Paz Armada, realizada no dia 13 de julho na Rocinha, tem ligação com o tráfico de drogas.

Após as 58 detenções durante a operação, a Polícia Civil indiciou 14 pessoas, entre eles, Ricardo Santos Rodrigues da Silva e Victor Hugo da Silva. A família dos dois alega que eles são inocentes.

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Em nota enviada pelo Ministério Público, Marisa Paiva afirma que "há fortes indícios" de que Victor Hugo seja um dos gerentes da venda de drogas da Rocinha e que Ricardo seja "gerente do preparo e da individualização da droga, além de esconder o armamento do bando". Já Bruno Fernandes Pinheiro seria um dos "gerentes da venda de maconha".

A promotora se baseou no relatório do delegado que fez as prisões, Ruchester Marreiros, que, por sua vez, obteve informações dadas por um soldado da PM infiltrado com autorização da Justiça entre os traficantes.

Este mesmo soldado disse ter recebido ligação de um traficante afirmando que havia matado o "Boi", apelido de Amarildo. Depois, ficou provado que era uma farsa. Hoje, 25 PMs estão presos pela morte do pedreiro, inclusive o major Edson Santos, que comandava a UPP.

Sobre a informação, atribuída nas reportagens da imprensa do Rio a policiais da UPP, de que Ricardo Santos Rodrigues da Silva trocava tiros na Rocinha em novembro, embora estivesse preso desde julho, Coordenadoria de Polícia Pacificadora diz que "investigações do setor de inteligência são sigilosas".

A respeito do soldado Paulino Mendes Pereira, acusado de homicídio no Cantagalo, a assessoria diz que a CPP respeitará a decisão que for tomada pela Justiça. "Vale ressaltar que esse episódio ocorreu no início da instalação da UPP, quando ocorriam casos de resistência ao trabalho policial", diz a nota.

Em relação à morte de Hugo Leonardo dos Santos Silva na Rocinha, a Polícia Civil informou que "um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias do fato".

O Degase informou que a acusação pela morte de Andreu Luis da Silva de Carvalho "recaía sobre um dos funcionários, que foi demitido". Os outros agentes seriam suspeitos de omissão. O caso foi arquivado. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência diz que já recebeu Deize Carvalho, mãe de Andreu.


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