Folha de S. Paulo


Cidade da Baixada Fluminense decreta emergência após chuvas

O prefeito de Queimados, na Baixada Fluminense, Max Lemos, decretou estado de emergência por causa dos transtornos provocados pela ventania e pelo temporal da noite de quinta-feira (5), considerado um dos piores já registrados na história da cidade.

A chuva começou por volta das 19h30 e durou três horas e meia. O pluviômetro localizado no Morro da Caixa D'Água, no centro, em apenas quatro horas, mediu 90,5 milímetros de chuva, o equivalente ao que choveu em todo o mês de janeiro do ano passado. O pico maior foi das 21h30 às 22h.

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Para amenizar os prejuízos causados pelo temporal, a prefeitura montou uma força-tarefa com as secretarias municipais de Obras, Habitação, Assistência Social, Defesa Civil e Serviços Públicos. O prefeito e sua equipe passaram toda a madrugada e o dia de hoje fazendo visitas aos pontos críticos da cidade.

A Secretaria Municipal de Defesa Civil registrou mais de 60 ocorrências entre desabamentos, alagamentos e queda de árvores. De acordo com a Defesa Civil, os bairros em situação mais crítica são Santa Rosa, Coimbra, Parque Eldorado e Valdariosa.

Ao todo, 21 bairros estão recebendo visitas de agentes da Defesa Civil, que avaliam os danos causados pela tempestade. A prefeitura montou uma central de atendimento na Secretaria de Obras e Serviços Públicos para agilizar a prestação de socorro aos moradores.

Max Lemos informou que a prefeitura dará assistência às famílias que perderam as casas. Segundo ele, até o momento, não há registro de mortes.

PROTESTO

Moradores da cidade de Queimados fizeram um protesto durante toda a tarde de hoje. O grupo fechou parte da via Dutra e afirmou haver descaso em relação à prevenção de danos causados pelas chuvas.

Devido à manifestação, os carros seguiram durante toda a tarde no esquema "siga e pare", monitorados por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Com isso, houve longas filas de congestionamento, que chegaram a 30 km no início da noite.

ESTADO

As chuvas provocaram transtornos em outras cidades do Estado e quatro pessoas morreram, segundo a Defesa Civil. A última vítima confirmada é Ronaldo Moreira da Silva, 15, que morreu eletrocutado na chamada Favela da Foice, em Guaratiba, zona oeste do Rio, na manhã desta sexta-feira (6).

Uma mulher de 60 anos, identificada apenas como Vera Lúcia, foi encontrada morta pelos bombeiros após um deslizamento de terra atingir sua casa numa localidade conhecida como Ouro Fino, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

Outra mulher de 45 anos, que não teve o nome divulgado, teve o carro atingido por uma árvore na estrada Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba, zona oeste do Rio. Márcia Camargo, 43, que estava no banco do carona, ficou ferida e foi levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na mesma região.

Em Cabo Frio, na região dos Lagos, um jovem de 18 anos morreu depois de ser atingido por um raio. Segundo os bombeiros, ele estava num canavial.


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