A empresa contratada para realizar uma reforma no edifício de Santos que corre risco de desabar afirma que uma deformação do solo fez com que uma coluna de sustentação vergasse na manhã desta quinta-feira (5).
Todos os moradores foram retirados do prédio, que fica na Ponta da Praia, bairro nobre da cidade, e tem dez andares.
Ao menos 80 pessoas estavam no local no momento do incidente. Parte dos moradores foi para hotéis, enquanto os demais estão em casas de familiares.
O proprietário da empresa, o engenheiro Franco Pagani, disse que a coluna de sustentação cedeu por causa de uma "sobrecarga de recalque", causada pela deformação do solo.
"Esse é um problema típico do solo de Santos. Tanto que temos vários edifícios inclinados na orla, de frente para o mar", afirmou.
Segundo ele, em alguns casos, essa movimentação do solo causa um desequilíbrio na sustentação. "Alguns pilares passam a receber uma pressão adicional, maior que a sua capacidade. E ocorrem incidentes como esse."
O coordenador da Defesa Civil, Ernesto Habuchi, descartou a ocorrência de instabilidade do solo. "Não houve nenhuma movimentação de solo. Foi apenas um problema no pilar de sustentação", disse.
Agentes da Defesa Civil e da Secretaria de Infraestrutura e Edificações foram ao local, ainda pela manhã, e informaram que havia risco de desabamento parcial, por causa das más condições de uma das pilastras.
Por meio de nota, a Prefeitura de Santos informou que não vai se manifestar sobre as declarações do engenheiro. "Cabe à empresa contratada dar o parecer e as soluções para o ocorrido. A Secretaria de Infraestrutura e Edificações tomou as medidas necessárias para garantir segurança dos moradores e dos imóveis no entorno ao interditar o prédio".
Foram iniciadas hoje as obras de reparo do pilar que sofreu ruptura. Segundo Pagani, a reforma deve ser totalmente concluída até segunda-feira. Até lá, deve continuar interditado.
Outros dois prédios e dois sobrados, evacuados pela manhã, já foram liberados pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.