Folha de S. Paulo


Defesa Civil afirma que incêndio comprometeu teto do Memorial

Avaliação preliminar da Defesa Civil de São Paulo indica que o teto do auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina foi "comprometido" pelo incêndio da última sexta-feira.

Novos testes serão feitos para uma avaliação definitiva, mas, dadas as características da construção, isso significa que o prédio poderá ser totalmente demolido para uma reconstrução completa.

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Considerado um dos principais projetos de Oscar Niemeyer, o auditório é formado por três curvas de concreto, típicas do arquiteto. As ondas são contínuas e não há paredes entre elas --o que pode impedir uma intervenção parcial na obra.

As informações foram apuradas pela Folha com integrantes da cúpula da Prefeitura de São Paulo, à qual a Defesa Civil está subordinada.

Essa avaliação foi repassada aos engenheiros da Subprefeitura da Lapa, que farão um relatório definitivo.

O grupo também utilizará dados do laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), contratado pelo governo de São Paulo para uma avaliação técnica.

Ontem, técnicos do instituto estiveram no Memorial para a primeira vistoria. Por causa da iluminação precária dentro do prédio, uma nova visita foi marcada para esta semana. A partir daí, um plano de trabalho será definido pelos engenheiros do IPT.

Os técnicos do instituto também farão exames laboratoriais das estruturas de concreto para saber o quanto foram comprometidas.

Peritos ouvidos pela reportagem afirmam que é necessário muito calor para comprometer uma estrutura de concreto e que o material incendiado no auditório --como poltronas e obras de arte-- produzem muita fumaça, mas um calor menos intenso.

O auditório do Memorial foi interditado por tempo indeterminado pela Defesa Civil.

O fogo teve início por volta 15h da última sexta. Testemunhas afirmam que tudo começou com um curto-circuito em uma luminária de teto.

Uma das suspeitas é que o curto ocorreu por uma sobrecarga na rede elétrica. A polícia investiga se a sobrecarga aconteceu por problemas de abastecimento da Eletropaulo ou de um gerador próprio.

Faltou energia naquele dia às 13h19, sendo restabelecida às 14h58 --horário apontado como início do incêndio.

Levantamento da Eletropaulo diz que a "cabine de entrada de energia do Memorial estava desligada" quando a energia voltou. Para empresa, o curto teve outra origem.

Editoria de Arte/Folhapress

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