Folha de S. Paulo


Plano Diretor deve ser aprovado até abril, diz presidente da Câmara

O vereador José Américo (PT), presidente da Câmara Municipal, afirmou nesta segunda à noite em debate na Folha que o Plano Diretor deve ser aprovado pelo Legislativo paulistano até abril de 2014.

"É uma meta que nós temos para seguir" disse ele. O cronograma para tramitação do tema está acordado tanto com o Executivo quanto com a oposição da casa.

"Nós tivemos uma reunião com o prefeito, onde ficou combinado mais ou menos isso", disse Andrea Matarazzo (PSDB), que também esteve no debate sobre o projeto de lei de revisão do atual Plano Diretor da cidade.

Esse conjunto de regras é decisivo para orientar o desenvolvimento de todas as regiões na cidade pelos próximos dez anos. Depois dele, será revista também a Lei de Zoneamento, que também dispõe sobre o crescimento urbano de São Paulo.

Entre as polêmicas técnicas previstas no texto enviado aos vereadores pela gestão Fernando Haddad, a que mais emergiu das discussões foi a intenção do executivo em adensar os corredores de ônibus e trens da capital.

O texto fala em quadruplicar a possibilidade de construção nestas áreas.

A urbanista Lucila Lacreta, da Rede Nossa São Paulo, e Ivan Maglio, engenheiro e coordenador da elaboração do plano diretor em vigor, fizeram muitas críticas ao adensamentos dos corredores de transporte público.

Para eles, esse incentivo para a construção de prédios nos corredores em toda a cidade é inviável. A cidade não terá capacidade de infraestrutura para comportar essas novas construções.

"Fazer isso sem controle é um problema", afirma Lucila. Segundo Maglio, aumentar o potencial de construção em toda a cidade de uma vez, mesmo que perto dos corredores, é permitir que o mercado imobiliário escolha as áreas da cidade onde ele preferencialmente irá atuar.

O próprio representante da situação, vereador José Américo, concorda que ajustes vão ter que ser feitos pela Câmara. "Vamos apresentar um substitutivo que vai englobar as demandas da população", disse o representante do PT, que defendeu a estrutura do Plano Diretor.

Para Matarazzo, o que realmente preocupa é que o texto atual não considera a cidade real, em que vivemos. "É um plano feito para uma nova cidade, como se nada existisse ainda", disse o vereador.

Em vários discursos feitos até agora, o executivo paulistano defende o aumento de construções nos eixos viários. De acordo com a prefeitura, a cidade comporta esse incremento de construções.

E, além disso, nessas regiões, projetos imobiliários que deixem o carro em segundo plano serão incentivados pela lei. O texto também vai beneficiar usos mistos, com comércio no térreo dos prédios residenciais, por exemplo.

A Folha promoverá uma segunda rodada de debates sobre o Plano Diretor Estratégico de São Paulo no dia 16 de dezembro. Estarão presentes o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, o relator do projeto de lei de revisão do plano, vereador Nabil Bonduki (PT-SP), e Claudio Bernardes, presidente do Secovi (sindicato das empresas do mercado imobiliário).

O evento acontecerá às 19 horas, no auditório da Folha (alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, São Paulo). Para participar, é preciso se inscrever pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br, informando nome e RG, ou em dias úteis pelo telefone 0/xx/11/3224-3473.


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