Folha de S. Paulo


Mulheres são as mais afetadas pelo consumo de drogas na família, diz pesquisa

As mulheres são as mais afetadas pelo consumo de drogas na família. De acordo com levantamento apresentado hoje (3), elas são a maioria (80%) a sofrer os impactos negativos, sejam eles psicológicos ou financeiros, do vício.

Das mulheres afetadas, 46% são mães de usuários, sendo que 66% delas são consideradas "chefes de família". Metade delas sofre de problemas físicos ou psicológicos em decorrência do consumo de drogas pelo filho.

Os dados são da primeira edição do Lenad Família, levantamento nacional que traça um perfil das famílias de dependentes químicos, organizado pela Uniad (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas), da Unifesp. Foram analisadas 3.142 famílias de dependentes que estavam em tratamento de junho de 2012 a julho de 2013.

De acordo com Ronaldo Laranjeira, diretor da pesquisa, ainda falta informação sobre o crack. "Poucas pessoas têm acesso ao tratamento, porque falta divulgação por parte do governo dos programas existentes."

Dados da pesquisa apontam ainda que metade dos familiares sequer conhece o CAPS-AD, rede básica de saúde mental que faz o tratamento do vício pelo SUS. Entre as pessoas que conheciam, apenas 54% haviam procurado o ambulatório.

Mais da metade dos dependentes em tratamento era poli usuária (73%), sendo que 68% deles combina maconha com outra droga. O uso regular de crack foi visto em 42,5% dos casos, de álcool em 62% e de cocaína em 60,7%.


Endereço da página: