Folha de S. Paulo


Busca por sobrevivente passa de 12 horas em desabamento de Guarulhos

O Corpo de Bombeiros trabalha há mais de 12 horas nos escombros do prédio que desabou em Guarulhos, na Grande São Paulo. Por volta das 7h30, cães farejadores apontaram um ponto onde possivelmente está o único corpo desaparecido após a tragédia.

Os bombeiros atuam de maneira lenta retirando os escombros com a mão e com baldes. Ainda não há sinais de que Edenilson de Jesus dos Santos, 24, está neste ponto e com vida.

Uma movimentação nos escombros, que cederam cerca de 20 centímetros, obrigou os bombeiros a mudar por volta das 5h desta terça-feira a estratégia de busca do operário desaparecido após o desabamento de um prédio em construção na Vila Leonor, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

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Segundo o capitão dos bombeiros, Carlos Roberto Rodrigues, a movimentação dos escombros colocou em risco o trabalho da equipe. "Locais que acessávamos, não acessamos mais, então mudamos a estratégia", disse.

No total, já foram retirados dez caminhões com escombros do local.

Quarenta bombeiros trabalham no local, revezando em grupos de seis. Três cães farejadores dos Bombeiros também ajudam nas buscas.

Parentes de Edenilson aguardam no local por notícias. Um dos irmãos do operário, que não quis se identificar, disse que só sai do local quando tiver notícias do irmão.

DESAVISADO

No começo da manhã o operário Mario Ferreira dos Santos, 63, apareceu na obra para trabalhar. Segundo ele, ontem ele viu as notícias sobre o desastre, mas não associou o lugar ao seu local de trabalho.

Ele é encanador na obra. Santos disse que conhecia o operário desaparecido.

"Antes de ir embora eu deu tchau para todos. Fui embora, por volta das, 18h. Se fosse uma pessoa que costuma fazer hora extra essa hora eu já não estaria mais aqui", disse o encanador.

Santos ainda afirmou que o uso de equipamentos de proteção não era frequente entre os trabalhadores da obra. "O certo seria todo mundo usar equipamento de segurança, mas eu, por exemplo, não tinha capacete", afirmou.

Segundo a Polícia Militar, ao menos 15 pessoas trabalhavam na obra que desabou, mas apenas duas moram no local.

O acidente aconteceu por volta das 19h20 e atingiu um prédio de cinco andares na avenida Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco.

Segundo a prefeitura, o alvará da obra foi emitido em 23 de novembro do ano passado e autorizava a construção de um condomínio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais, totalizando 3.706 metros quadrados.

Em maio a construtora Salema, responsável pela obra, entrou com pedido para adicionar um mezanino em um dos salões. O novo alvará foi expedido no mês passado, afirmou a prefeitura.

Editoria de arte/Folhapress
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