Folha de S. Paulo


Prefeitura de Guarulhos diz que obra que desabou estava regular

A Prefeitura de Guarulhos (na Grande São Paulo) informou que a obra que desabou na noite desta segunda-feira no bairro Vila Leonor tinha alvará de construção. Os bombeiros fazem buscas por possíveis vítimas.

Segundo a prefeitura, o alvará foi emitido em 23 de novembro do ano passado e autorizava a construção de um condomínio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais, totalizando 3.706 metros quadrados.

'Começou a tremer e de repente veio tudo abaixo'
Imóveis próximos são desocupados em Guarulhos
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Em maio a construtora Salema, responsável pela obra, entrou com pedido para adicionar um mezanino em um dos salões. O novo alvará foi expedido no mês passado, afirmou a prefeitura.

"A partir daí, e de acordo com as normas técnicas brasileiras, a responsabilidade sobre a execução da obra cabe à empreiteira, através do seu engenheiro responsável", informou.

A reportagem tentou contato com a construtora Salema na noite desta segunda-feira, mas ninguém atendeu aos telefonemas.

Como medida de segurança, a prefeitura retirou nove famílias de imóveis vizinhos ao prédio que desabou e as encaminhou para abrigos.

BUSCAS

Segundo a Polícia Militar, pelo menos 15 pessoas trabalhavam na obra que desabou, mas apenas duas moram no local. Apesar disso, não é possível saber quantos deles estavam na obra no momento do acidente. Os bombeiros estimam que apenas um operário poderia estar no local.

Segundo o capitão Carlos Roberto Rodrigues, um dos dois funcionários que estavam no local saiu para comprar pão momentos antes. "Estamos procurando um funcionário, que mora na obra. Ele é nossa única vitima", disse.

"Os dois estavam no alojamento, porém, um deles conseguiu sair", afirmou. Segundo ele, a construção tinha oito pavimentos --dois subsolos de garagem, mas que serviam de alojamento, e outros seis pisos.

"Um cão deu sinais de um local que seria sobre o alojamento. Acessamos essa área, mas não obtivemos êxito em encontrar nada. Neste momento, estamos vasculhando escombros. Vamos remover esses escombros superficiais. Depois, entraremos com as máquinas para vasculhar o material mais pesado".

Ele acredita que possa encontrar a pessoa com vida. "Como são dois subsolos e há uma rampa de acesso, pode haver espaço para entrada de ar. A vítima pode estar nesse ponto. Acredito que podemos achá-lo com vida"

Vinte carros dos bombeiros foram encaminhados para o local e aproximadamente 60 homens fazem buscas, com o auxílio de cães farejadores, na tentativa de ouvir ruídos de pessoas sob a estrutura do prédio.

"Começou a tremer e de repente veio tudo abaixo, coisa de cinco minutos. Tremeu e houve uma explosão, parecendo um botijão de gás", disse a moradora da casa vizinha, Flávia da Costa Romeiro, 23. Segundo ela, que brincava com sua filha na hora do acidente, a obra estava em ritmo acelerado.


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