O capitão Marcos Palumbo, um dos 24 bombeiros feridos no combate ao incêndio ao Memorial da América Latina, diz que as falhas nos sprinklers (chuveiros automáticos) e hidrantes prejudicaram a contenção do fogo na última sexta-feira no auditório que ficou destruído.
Isso ocorreu após uma queda de energia --também investigada como causa do incêndio e que impossibilitou utilizar os equipamentos.
IPT fará laudo sobre estrutura de auditório incendiado no Memorial
Três dias após se ferir no combate ao fogo, Palumbo afirma que ainda precisa fazer inalação duas vezes ao dia. "Eu nunca fumei, mas a impressão que tenho é a de ter tragado um cigarro com aroma do incêndio", disse.
Palumbo é responsável pelo setor de comunicação dos bombeiros, mas fazia parte da equipe operacional na ocorrência do Memorial.
Segundo ele, os homens da corporação foram feridos por causa do flash over --quando a fumaça concentrada no teto desce rapidamente.
"Isso ocorre na surpresa. A gente via a fumaça descendo do teto em tufos. Nós sabíamos dos riscos de entrar lá, mas havia vidas de brigadistas em risco e a gente tinha que fazer alguma coisa para salvá-los", diz Palumbo.
Além aspirar fumaça tóxica, o capitão dos bombeiros teve ferimentos nas mãos ao sair do auditório em chamas.
"Quando eu e os outros bombeiros percebemos que as chamas aumentaram demais e tínhamos retirado todas as pessoas do auditório, resolvemos sair", disse.
"Olhamos para o corredor por onde entramos, mas já estava bloqueado por fumaça quente. A única saída eram as vidraças ao meu lado, então corri o risco e tirei meus equipamentos, como o capacete e cilindro de gás, para passar pelo espaço onde havia uma vidraça", afirmou.
O capitão estava próximo aos quatro bombeiros que continuam internados no Hospital das Clínicas.
"Eles já saíram [do prédio] inconscientes, mas foram socorridos receberam os primeiros socorros rapidamente. Eles se recuperaram muito bem e os últimos três devem deixar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos próximos dias."
A estilista Solange Yurie Wassano, 49, namorada do bombeiro Eduardo Roberto de Lima, 50, internado na UTI do HC, disse que ele se recupera bem. "Ele disse que lembra de tudo o que aconteceu."
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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