Folha de S. Paulo


Auditor diz que incorporadora também pagou propina para pagar menos ISS em SP

Um dos auditores fiscais suspeitos de participar da máfia do ISS afirmou ontem à Promotoria que a incorporadora Tecnisa também pagou propina para reduzir o valor do imposto devido à Prefeitura de São Paulo.

O suposto envolvimento de uma das maiores empresas do setor imobiliário no país, com uma receita de R$ 1,3 bilhão em 2012, foi citado em novo depoimento de Luís Alexandre Cardoso de Magalhães. Ele colabora com as investigações após acordo buscando redução de pena. A Tecnisa não comentou as acusações .

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Os promotores César Dario Mariano da Silva e Roberto Bodini ouviram Magalhães durante duas horas. Eles apresentaram ao auditor documentos que trariam indícios da participação da incorporadora no esquema do ISS (Imposto Sobre Serviços).

Porém, os promotores afirmaram que Magalhães não deu nenhum detalhe sobre o montante pago pela empresa, apenas que a propina teria ocorrido em 2008.

A prefeitura diz haver ao menos 15 empreiteiras sob suspeita, mas o auditor já havia citado antes os nomes de somente outras seis: Brookfield, Company, Trisul, BKO, Tajab e Alimonte.

A Brookfield já confirmou ter entregue R$ 4 milhões ao grupo de auditores da prefeitura. Disse, porém, que foi vítima do esquema (por chantagem), que pode ter provocado rombo de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Outras empresas negam.

No depoimento, Magalhães acrescentou uma lista de cinco nomes de auditores que, segundo ele, também participaram do esquema.

"Não podemos partir do pressuposto de que tudo seja verdade", afirmou o promotor Mariano da Silva.

Magalhães disse que as fraudes começaram em 2007, na gestão Kassab (PSD), sob comando do auditor Amílcar Cançado Lemos, que teria deixado o grupo em 2010. Ele não foi localizado pela Folha.

Naquele período, disse ele, a propina era levada às sextas-feiras ao apartamento do então subsecretário da Receita, Ronílson Rodrigues, que ficou no cargo até 2012.

Os promotores ouviram Magalhães durante duas horas. Eles apresentaram ao auditor documentos que trariam indícios da participação da incorporadora no esquema do ISS (Imposto Sobre Serviços).

Porém, os promotores afirmaram que o auditor não deu nenhum detalhe sobre o montante pago pela empresa, mas que a propina teria ocorrido em 2008.

"Não podemos partir do pressuposto de que tudo seja verdade", afirmou o promotor Mariano da Silva.


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