Folha de S. Paulo


Controlador pode investigar quem quiser na prefeitura, diz Haddad sobre secretário

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta terça-feira que o controlador-geral do município, Mario Spinelli, tem carta branca para investigar quem quiser na Prefeitura de São Paulo.

A afirmação foi dada por Haddad após ele ser questionado sobre a reportagem da Folha que revelou que Eduardo Horle Barcellos, suspeito de participar do esquema de fraude ao ISS, trabalhou cerca de três meses deste ano com a equipe do secretário de Governo, Antonio Donato.

Editoria de arte/Folhapress

"Ele [Spinelli] não precisa pedir licença para mim, ele tem carta branca para agir. Ele sabe o momento correto, como fazer para chegar à verdade. Todas as pessoas que estão no Executivo municipal estão sujeitas ao controle da CGM", disse Haddad, em agenda na zona norte da cidade.

O secretário petista também foi responsável pela indicação de outro auditor, Ronilson Bezerra Rodrigues, suspeito de chefiar a fraude estimada em R$ 500 milhões, para a diretoria de finanças da SPTrans (empresa municipal de transporte) --cargo que Ronilson ocupou de fevereiro a junho.

Donato também foi procurado por Ronilson quando este soube que estava sendo investigado pela Controladoria Geral do Município.

Quatro auditores da prefeitura foram presos no dia 30 de outubro sob suspeita de participar do esquema --eles tinham cargos de confiança na Secretaria de Finanças durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD).

"Eles tentaram uma aproximação, tentaram se mostrar como servidores apartidários e dispostos a colaborar com a administração. Gente desse tipo tenta se aproximar de quem tem influência para se proteger. Não é absurdo que eles tenham feito isso. As pessoas vão em busca de proteção, sobretudo aqueles que estão cometendo delitos", disse o prefeito.


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