Fortes ondas derrubaram muros de duas casas e deixaram outros danificados na praia de Pernambuco, no Guarujá (litoral de São Paulo), na semana passada. O entulho continua na área.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o fenômeno foi causado pela passagem de um ciclone extratropical, que originou, em alto mar, ondas de até quatro metros de altura. Na costa, a água chegou a dois metros.
Um funcionário de uma das casas, que não quis ser identificado, está preocupado com a segurança das pessoas que frequentam a praia. "Temos vidas em jogo. Tem feriado dia 15, e o pessoal vem para a praia mesmo. Não quer saber se os muros estão caindo ou não".
A região abriga diversas casas de alto padrão e é alvo de iniciativa da prefeitura que pretende obrigar os moradores a recuarem os muros em 24 metros.
Sem fiscalização, a prefeitura diz que esses proprietários "fecharam" uma faixa de área verde em frente ao mar --registrada como pública-- com cercas e muros altos, formando jardins particulares.
Uma proprietária disse acreditar que o projeto não irá sair do papel. "Tenho essa casa há 20 anos. Essa área veio junto com o imóvel", relatou.
Outros frequentadores da região, porém, dizem apoiar o projeto de Guarujá.
"Nós queremos o que é nosso por direito. Se alguém pegou, foi eles. Outras 5.000 residências não podem ter acesso a essa área?", diz Denis Roberto, 60, que mora na região há 15 anos.