Folha de S. Paulo


Polícia usa bombas para dispersar professores em protesto no Ceará

Um grupo formado por professores, estudantes e servidores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) protesta na noite desta quarta-feira (6) próximo à sede do governo do Ceará, na região central de Fortaleza.

A manifestação é pacífica, mas a polícia chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo após um empurra-empurra.

O ato começou no fim da tarde, na praça da Imprensa, de onde cerca de 3.000 manifestantes saíram em marcha em direção ao Palácio da Abolição, segundo o comando de greve da universidade, que organiza o protesto.

O estudante Marcelo Ramos, 23, que integra o comando de greve, disse à Folha que o movimento está pacífico e que os manifestantes não entraram em confronto com a polícia.

Ramos disse que um princípio de tumulto foi logo dispersado quando a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo.

Segundo Ramos, o grupo tentava se aproximar da sede do governo, mas foi impedido por uma barreira policial formada pela tropa de choque da Polícia Militar, a cerca de um quarteirão de distância.

Uma comissão formada por seis pessoas entrou no palácio para negociar com a equipe de segurança do governo. Segundo Ramos, a intenção é agendar uma audiência com o governador Cid Gomes (Pros).

Os estudantes da Uece estão em greve desde 22 de outubro. Professores e servidores aderiram ao movimento no dia 29.

Os manifestantes reivindicam a realização de concurso público para professores e servidores e melhoria da estrutura da universidade, entre outras pautas.

Segundo Marcelo Ramos, para evitar violência o comando de greve negociou com integrantes dos "black blocs" --grupo que prega a depredação do patrimônio público e privado como forma de protesto.

A reportagem tentou contato com a Polícia Militar do Ceará, mas o comandante de Policiamento Especializado não atendeu as ligações.


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