Folha de S. Paulo


Prefeitura de SP afasta mais um suspeito de fraude

A Prefeitura de São Paulo exonerou neste sábado Fábio Camargo Remesso do cargo de assessor da Coordenação de Articulação Política e Social, da Secretaria Municipal de Relações Governamentais.

O servidor é apontado pelo Ministério Público e pela Controladoria Geral do Município como integrante de um grupo que movimentou mais de R$ 500 milhões em um esquema de cobrança de propinas de construtoras na capital na emissão de ISS.

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Segundo a investigação, durante o período em que o esquema funcionou --entre 2007 e 2012-- Remesso era ligado à Secretaria de Finanças da gestão Gilberto Kassab (PSD). O servidor é suspeito de ser um dos operadores da cobrança de propina de empresas dentro da prefeitura. A inclusão do servidor nas investigações foi revelada na edição de hoje do jornal "O Estado de S. Paulo".

Na gestão Fernando Haddad (PT), Remesso foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social). Na pasta, ele pediu o afastamento do cargo em junho.
A partir de então foi designado, a pedido do vereador Nelo Rodolfo (PMDB), para a secretaria de Relações Governamentais, comandada pelo petista João Antonio da Silva Filho.

INDICAÇÃO

O secretário João Antônio da Silva Filho confirmou hoje que Remesso foi para a sua secretaria indicado pela bancada do PMDB, do vereador Nelo Rodolfo, e que ele desconhecia qualquer suspeita sobre ele. "O afastamento é preventivo, não é uma condenação sumária", disse.

O secretário de Comunicação Nunzio Briguglio Filho confirmou que Remesso está entre um dos nomes investigados, mas afirmou não saber qual era a participação dele no esquema, pois a investigação corre sob sigilo.

Outro servidor, Amilcar José Cançado Lemos, também é citado na investigação do Ministério Público. Funcionário de carreira, ele ocupa atualmente o cargo de auditor fiscal tributário.

OUTRO LADO

A assessoria do vereador Nelo Rodolfo (PMDB) confirmou que o parlamentar indicou Remesso para a função de assessor técnico da Secretaria Municipal de Relações Governamentais.

Segundo a assessoria, o vereador conhece Remesso há cerca de dez anos e Nelo Rodolfo não sabe de qualquer irregularidade que o indicado tenha eventualmente cometido na prefeitura.

A Folha não conseguiu contato com Remesso nem com o servidor Amilcar José Cançado Lemos.

A assessoria de imprensa do ex-prefeito Gilberto Kassab disse desconhecer o nome de Remesso.


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