Folha de S. Paulo


Comerciante decapitado no Rio pode ter sido vítima de crime passional, diz polícia

A polícia do Rio trabalha com as hipóteses de crime passional ou vingança na investigação da morte de João Rodrigo Silva Santos, 35 anos, que foi decapitado na madrugada desta terça-feira. O comerciante era casado com a soldado Geisa Silva, 31, da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Mangueira, zona norte.

Geisa foi ouvida no início da tarde de hoje. Em seguida, o delegado responsável pela investigação, Willian Pena Junior, da Divisão de Homicídios, afirmou que os assassinos conheciam a rotina de Santos. Até as 15h, a polícia confirmava o envolvimento de pelo menos três suspeitos no crime.

"Ela [mulher da vítima] não relatou nenhum tipo de ameaça. Agora, vai passar por uma equipe de psicólogos da Divisão de Homicídios para depois ser ouvida novamente", disse o delegado.

Segundo Willian Junior, a policial contou que chegou a avistar um homem colocando a mochila do próprio comerciante na porta de sua casa, mas não reconheceu ele. "Ela correu para o portão para ver quem estava lá logo depois de ouvir a movimentação de um carro --modelo Astra, de cor verde. Em seguida, ela abriu a mochila do marido e se deparou com a cabeça dele", afirmou.

A hipótese do crime ter sido cometido por traficantes de drogas de favelas da região também não está descartada. A casa da vítima fica próxima das comunidades Vila Vintém e Minha Deusa, chefiadas pela facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos).

SEQUESTRO

Santos estava desaparecido desde a noite de ontem. De acordo com funcionários dele, a vítima teria sido abordada por dois homens na saída do trabalho. Depois, o comerciante foi sequestrado no próprio carro, um Hyundai i30. A suspeita é que um terceiro criminoso aguardava em outro veículo para dar cobertura.

A loja da vítima vende suplementos alimentares e fica no mesmo bairro que ele morava --Realengo, zona oeste. O corpo e o carro de Santos ainda estão desaparecidos.

Ao ver que o marido demorava para chegar em casa e sem conseguir contato com ele, a policial ligou para o 14º Batalhão da PM (Bangu), por volta das 21h. Horas depois, foi à 33ª DP (Realengo) para registrar o desaparecimento dele.

Funcionários e parentes da vítima também foram ouvidos hoje. Eles disseram que o casal estava junto havia 11 anos, se davam bem e demonstravam estar felizes. Eles contaram que Santos já foi jogador de futebol --entre 1996 e 2005-- e passou pelos times do Bangu, Madureira, Boavista, Volta Redonda, Olaria e Bonsucesso.

O comerciante deixou um filho, que não teve a idade divulgada, de outro casamento.


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