Folha de S. Paulo


Colegas divulgam carta de apoio a estudante preso sob suspeita de agredir PM

Colegas de faculdade do estudante e comerciário Paulo Henrique Santiago dos Santos, 22, divulgaram carta de apoio a ele, que se encontrava até ontem detido no 2º Distrito Policial, no Bom Retiro (centro).

Santiago dos Santos é acusado de tentativa de homicídio contra o coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, espancado por um grupo de dez manifestantes que participavam de protesto do MPL, Movimento Passe Livre, na sexta-feira.

"Paulo não é adepto da tática 'Black Bloc', não integra o MPL, tampouco pertence ou participa de partidos ou qualquer grupo político organizado", garantiram na carta 30 amigos que não quiseram se identificar.

A carta prossegue: "Ele não é um homicida e não participa de quadrilha que objetiva matar policiais".

Santiago dos Santos é aluno do curso de relações internacionais da Faculdade Santa Marcelina, conceito 4 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (a escala vai até 5).
Os colegas do estudante são categóricos: "O que sabemos é que ele não deveria estar preso".

Segundo eles, "é preciso questionar por que tantos jovens, provenientes de diversas experiências, lugares e estratos sociais estão cada vez mais se dispondo a enfrentar a polícia em manifestações".

Na carta, os amigos não admitem que ele tenha participado da agressão ao PM. "O fato é que a simples presença da polícia cria uma tensão em todos."

"Os moderados falam em negociação. Mas pergunta-se: Como se negocia quando uma das partes possui uma arma, mais ou menos letal? Como qualquer pessoa que não tenha sangue de barata ficaria diante de pessoas sendo espancadas, chutadas?", diz a carta.


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