Folha de S. Paulo


Instituto Royal diz ter recuperado beagle colocado à venda na internet

O Instituto Royal informou que recuperou na sexta-feira (25) o primeiro cachorro da raça beagle após a invasão da sede do instituto, em São Roque (a 66 km de São Paulo), no dia 18. Segundo a assessoria de imprensa do Royal, o cão havia sido colocado à venda na quinta-feira, por R$ 2.700, no site de comércio virtual Mercado Livre.

O cachorro foi recuperado em Valinhos (a 85 km de São Paulo) por meio de uma ordem judicial obtida pelo instituto. Ele passa por exames veterinários para verificar suas condições de saúde, em local secreto "para garantir sua segurança e dos tratadores", informou o Royal. A Polícia Civil não foi encontrada para confirmar o caso.

Outros dois cachorros estão desde o dia 19 sob a guarda do deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB), nomeado fiel depositário pela Polícia Civil. O instituto disse hoje que está "analisando a questão." O deputado é relator de uma comissão externa criada pela Câmara para investigar irregularidades no instituto.

Mais um beagle foi encontrado na quarta-feira por um morador do bairro Marmeleiro, em São Roque. Segundo a prefeitura, ele levou o animal para casa e avisou a polícia, que o encaminhou para o Departamento de Zoonoses do município.

No dia seguinte, o cachorro foi levado para uma associação de proteção aos animais, que se prontificou a ficar com ele.

Ao todo, 178 cachorros foram levados na ação dos ativistas, que acusam o laboratório de maus-tratos com animais durante experimentos científicos.

Divulgação/Prefeitura de São Roque
Beagle encontrado na rua por morador do bairro de Marmeleiro, em São Roque
Beagle encontrado na rua na quarta-feira (23) por morador do bairro de Marmeleiro, em São Roque

ALVARÁ SUSPENSO

Também na última sexta-feira, o Instituto Royal teve o alvará de funcionamento suspenso por 60 dias pela Prefeitura de São Roque.

O instituto afirmou que ficou surpreso com a decisão, mas que já havia havia proposto à administração municipal a suspensão voluntária das pesquisas com animais por 60 dias, por conta dos danos às instalações provocados pelos ativistas durante a invasão.

O prefeito de São Roque, Daniel de Oliveira Costa (PMDB) afirmou que a suspensão do alvará acontece para permitir o avanço das investigações.

"Isso dá um tempo para a investigação caminhar e acalmar os ânimos", disse, se referindo aos ativistas que mantiveram os protestos na porta do instituto após a invasão.

O instituto já era alvo de investigação do Ministério Público há cerca de um ano para apurar indícios de maus-tratos aos animais.


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