Folha de S. Paulo


Manifestantes invadem terminal e depredam caixas eletrônicos e ônibus

Um grupo de manifestantes invadiu o terminal Dom Pedro 2º durante um protesto na noite desta sexta-feira e depredou ao menos 18 caixas eletrônicos e dois ônibus. Um coronel da Polícia Militar foi ferido na cabeça e foi retirado do local carregado por dois policiais.

A vendedora de uma cabine de recarga de celulares que funciona na frente do terminal afirmou que dois mascarados levaram R$ 1.500 do local. Segundo Andreia da Silva Lima, 30, eles bateram na cabine e a mandaram sair levando apenas a bolsa. Ela diz que conseguiu levar a bolsa e o celular da empresa.

Telefones públicos ficaram destruídos e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete. Um quiosque de lanches que funciona dentro do terminal permaneceu intacto. "Eles mesmo gritaram para não quebrar nada daqui", disse Sandra Souza, 35, funcionária do quiosque.

Por volta das 21h, o grupo se dispersou por ruas da região, onde foram depredadas ao menos três agências bancárias, sendo elas dos bancos Safra, Santander e Itaú. A PM usava bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Não havia, porém, registro de pessoas feridas ou detidas.

A confusão começou por volta das 20h20. Antes disso, os manifestantes fizeram uma passeata pacífica pela região central da cidade pedindo o fim das cobrança de passagens no transporte público e contra as mudanças das linhas de ônibus que atendem a capital paulista.

No início do ato, o tenente-coronel Wagner Rodrigues afirmou à Nina Capelo, membro do MPL, que, segundo informações coletadas em redes sociais, "black blocs" planejavam iniciar um confronto com a PM. "A nossa intenção é que seja um protesto pacífico e que não haja radicalizações", disse Capelo.

Esse é o terceiro ato promovido pelo grupo nesta semana. Os dois primeiros ocorreram nas regiões do Grajaú e do Campo Limpo (zona sul) e pediam melhorias no transporte local.

Na quarta-feira, a manifestação terminou em confronto com policiais militares na avenida Atlântica, quando manifestantes quebraram o vidro de um carro que furou o bloqueio do grupo. Já no ato de ontem (24), a SPTrans fechou o Terminal Campo Limpo por mais de uma hora para impedir a entrada dos manifestantes.

O MPL foi o responsável pela onda de protestos ocorrida em junho e que causou a redução do preço da tarifa de ônibus em todo o país. Segundo o movimento, protestos em série ocorrem em outubro desde 2004, ano em que houve a "revolta da catraca", em Florianópolis, quando o MPL surgiu.


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