Folha de S. Paulo


Contra o aumento do IPTU em 2009, petistas mudam de lado

Cinco vereadores petistas que participaram da sessão que aprovou o aumento do IPTU, em 2009, mudaram de posição e ontem e garantiram o reajuste do imposto para ano que vem.

Por outro lado, três do PSDB que naquele ano apoiaram a mudança, agora se colocaram entre os opositores.

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A troca de lado e de discurso é constatada na comparação com lista de votação do IPTU em 1º de dezembro 2009, quando foram aprovados aumentos do imposto que chegavam a 45% para comerciais e 30% para residenciais.

Agora, os aumentos máximos foram de 35% e 20%, respectivamente, para 2014, com redução nos anos seguintes.

O PT, que era oposição em 2009, foi contra. Ontem, na condição de representantes da gestão Fernando Haddad (PT), membros do partido subiram à tribuna para defender "a necessidade do aumento com justiça".

Há quatro anos, estava à frente da ala petista o então líder do governo, João Antonio. O mesmo que ontem, na condição de secretário de Relações Governamentais, chamou parlamentares "rebeldes" para convencê-los a aprovar o texto.

Toda a bancada tucana, que votou favoravelmente ao reajuste em 2009, pulou para o lado contrário.

Além das bancadas tucana e petista, votou de forma diferente o vereador José Police Neto (PSD), que agora está contra o reajuste. Em 2009, ele era do PSDB e líder do governo Gilberto Kassab (PSD).

Hoje, mesmo não sendo considerado um vereador de oposição, votou contra. O partido dele é o mesmo do Kassab, que desde o ano passado mantém uma boa relação com o PT -ganhou, inclusive, espaço entre os ministérios da presidente Dilma.

Entre os que mantiveram seus mandatos de lá para cá, vários mudaram de posição.

Adilson Amadeu (PTB) também votou a favor naquele ano. Ontem, foi contra, assim como Aurélio Miguel (PR), Roberto Tripoli e Dalton Silvano, ambos do PV.

A mudança de lado gerou debates acalorados ontem. "Vocês criaram o aumento do IPTU em 2009. Agora, vêm criticar. Vocês (PSDB) são assim: esqueçam o que eu escrevi. Esqueçam o que falei", disse Alfredinho Cavalcanti (PT), que votou contra o aumento naquele ano.

Eduardo Tuma, novato entre os tucanos, rebateu. "O Alfredinho foi contra e agora quer aprovar esse aumento abusivo. Vocês não têm posição definida."


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