Folha de S. Paulo


Bancada petista 'caça' votos para aprovar o IPTU na tarde de hoje

A bancada petista na Câmara está desde a noite de ontem (23) negociando com vereadores para garantir a aprovação do aumento do IPTU ainda hoje (24).

Ontem, o prefeito Fernando Haddad (PT) sofreu um revés na Câmara em sua intenção de aprovar um reajuste do IPTU acima da inflação na cidade de São Paulo.

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Diante da repercussão negativa do aumento do imposto em 2014, com reflexos nos dois anos seguintes, vereadores da base aliada se rebelaram e a gestão petista não conseguiu reunir os 28 dos 55 votos necessários para aprovação, conforme queria Haddad.

A votação foi adiada e poderá ocorrer hoje. Partidos como PSD, PV e PSB, que votaram a favor de projetos do prefeito neste ano, não quiseram aprovar a alta de reajuste do IPTU. À Folha, o secretário de Relações Governamentais, João Antônio, disse que está buscando "consenso progressivo".

Em negociação com os vereadores, a administração petista já admitiu reduzir esses tetos -- para 20% e 35%, respectivamente.

A resistência da Câmara aumentou depois de a Folha revelar ontem que 45% dos imóveis terão reajuste em anos posteriores. Agora, vereadores querem usar o impasse do IPTU para barganhar mais espaço na gestão e maiores verbas para subprefeituras que são seus redutos eleitorais.

Dentro do PSD de Gilberto Kassab --ex-prefeito que promoveu aumento parecido em 2009-- petistas contam como certos os votos contrários de José Police Neto, Coronel Camilo e Marco Aurélio Cunha. Mas Edir Sales, Souza Santos, Davi Soares e Goulart já teriam acordo para votar a favor.

Milton Leite (DEM) também deve votar com o governo, assim como sua colega de partido, Sandra Tadeu. Leite tem discutido com a base petista para convencer os contrários, mas desde que o teto baixe e que o aumento seja menor ano a ano.

No PV, Gilberto Natalini e Roberto Tripoli já avisaram que votarão contra. Mas o governo ainda conta com o voto de Dalton Silvano. O secretário do Verde e Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, é do partido. Ele aceitou o cargo no inicio do ano, após Tripoli desistir de assumir o posto.


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