Folha de S. Paulo


Manifestantes entram em confronto durante protesto na zona sul de SP

Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Polícia Militar durante um protesto do MPL (Movimento Passe Livre) na zona sul de São Paulo na noite desta quarta-feira. A confusão começou quando a passeata seguia pela avenida Atlântica, no sentido largo do Socorro.

O confronto começou após um Corsa hatch preto descaracterizado se aproximar com sirenes ligadas. O veículo atravessou o bloqueio policial, mas foi impedido pelos manifestantes. Eles entraram na frente do carro e, ao perceberem que o homem passaria, deram chutes e quebraram o vidro traseiro com uma pedra.

A polícia então usou bombas de gás e efeito moral, além de balas de borracha, para dispersar o grupo. Os manifestantes jogaram pedras e fizeram barricadas com lixo para bloquear a via. Por volta das 21h40, porém, o clima já era calmo e não havia mais bloqueio da via. Os manifestantes dispersaram por ruas da região.

O motorista do veículo parou o carro em um posto de gasolina para verificar os danos no veículo. Ele não revelou o nome, mas disse ser delegado da Polícia Civil e seguia com policiais do 25º DP (Parelheiros) para uma ocorrência de roubo.

PROTESTO

Antes do confronto, o protesto ocorria de forma pacífica. O grupo se reuniu na região do Grajaú, no início da noite, em um ato por melhorias no transporte público da região. Em alguns momentos, manifestantes chegaram a pichar muros e quebrar lixeiras, mas outras pessoas do grupo censuraram e a PM não agiu.

Na avenida Dona Belmira Marim chegou a ter um princípio de tumulto quando um grupo de perueiros que atua na região tentou impedir a interdição da via, o que provocou discussões e empurrões de ambos os grupos.

Segundo um dos perueiros no local, os profissionais não são contra o protesto, mas contra a interdição a via.

Os manifestantes, que contam com a presença de integrantes de movimentos sociais da periferia, protestam contra cortes de linhas de ônibus que saiam do bairro com direção ao centro. "Agora, moradores precisam pegar três ônibus para chegar ao centro", diz Caio Martins, membro do MPL.

O MPL foi o responsável pela onda de protestos iniciados em junho que causaram a redução do preço da tarifa de ônibus em todo o país. Segundo o movimento, protestos em série ocorrem em outubro desde 2004, ano em que houve a "revolta da catraca", em Florianópolis, quando o MPL surgiu.


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