Folha de S. Paulo


Dois jovens são apreendidos por suposta participação em crime na Unicamp

Dois jovens apontados pela Polícia Civil como coautores do espancamento que resultou na morte de Denis Papa Casagrande, 21, estudante de engenharia de controle e automação da Unicamp, foram apreendidos nesta terça-feira (22) em Campinas (a 93 km de São Paulo).

Eles têm 15 e 18 anos e foram encaminhados para a Fundação Casa. Ambos devem ter uma audiência na Vara da Infância e Juventude, onde o juiz definirá se responderão em liberdade ou se a internação provisória será decretada.

Promotoria denuncia três pessoas por morte na Unicamp

Eles responderão por ato infracional análogo ao homicídio, e a reclusão máxima para menores de idade é de três anos --quando Denis foi assassinado, em 21 de setembro, o mais velho não havia atingido a maioridade.

O casal Maria Tereza Alexandrino Peregrino e Anderson Marcelino Ferreira Mamede, ambos de 20 anos, e André Ricardo de Souza Motta, 22, foram indiciados sob acusação de homicídio triplamente qualificado. Segundo a denúncia, o crime ocorreu por motivo fútil, meio cruel e sem chance de defesa. A pena para o crime pode chegar a 30 anos.

A promotoria corroborou investigação da Polícia Civil, que responsabilizou os cinco pela morte de Denis. Maria Tereza e Anderson permanecem presos, enquanto André responde em liberdade. Ele teve a sua prisão preventiva negada pela Justiça.

Reprodução/Facebook
O estudante Denis Casagrande foi morto, neste sábado (21), em uma festa dentro do campus da Unicamp, em Campinas (SP)
O estudante Denis Casagrande foi morto, neste sábado (21), em uma festa dentro do campus da Unicamp, em Campinas (SP)

MORTE

Denis foi morto em uma festa no campus da Unicamp em 21 de setembro, após ser esfaqueado por Maria e espancado por um grupo de punks dos quais os cinco denunciados faziam parte. Segundo o Ministério Público, a jovem acusou o estudante de tê-la importunado enquanto urinava em local afastado.
Após ser abordado por Maria e os dois menores, Denis negou o ocorrido e tentou voltar à festa, mas foi atingido por uma facada desferida por Maria. A defesa afirma que a jovem agiu em legítima defesa.

O estudante tentou fugir e foi espancado com socos, chutes e golpes de skate, até a morte. Tanto Anderson quanto André assumiram à polícia ter agredido Denis. Eles não têm advogado e devem ser representados por defensores públicos.

Denis chegou a ser socorrido e levado ao Hospital das Clínicas da universidade, mas não resistiu. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), ele tinha escoriações pelo corpo e hematomas na cabeça e morreu de anemia aguda porque a faca atingiu seu coração.


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